Sunday, December 10, 2023

Algumas informações importantes

 

Quando meu pai faleceu, subitamente, do coração,em agosto de 2007, sofri como muitos que perdem pessoas queridas. Todas as questões não resolvidas em meu coração, angustia e indignação surgiram em meio a profunda tristeza que segue cada movimento, até mesmo o simples apertar de mãos, todo os dias e noites.

Se essa perda acontece quando você já tem questões existenciais como: “que droga estou fazendo aqui?” ou “ por que eu, Deus, por que eu?”, o falecimento será o tipo de coisa que o quebrará ou que o curará de todas as questões de uma vez. Ali, eu já estava num profundo processo de cura de uma doença física e experimentava uma abertura espiritual que me assustava. Então, a morte de meu pai foi um estonteante ‘chute no saco’.

Entre outras coisas, acordei para duas situações: do quanto a morte é real e que pode acontecer comigo a qualquer momento e que esperar a velhice para escrever todo o “conhecimento de uma vida” era um ato de estupidez.

Eu teria agradecido imensamente se pudesse ter lido algo como o que escrevo, quando ainda na metade da minha adolescência. Só encontrei livros que mais assustavam do que resolviam algo. Queria alguém que tivesse passado pelo que passei, falasse o que estava acontecendo e como resolver problemas do dia a dia. Alguém que explicasse como lidar com as consequências de ter nascido médium.

Tenho a intenção de deixar um segundo volume desta obra, uma sequencia de todas as experiências acontecidas depois deste primeiro livro. Já que não sei onde está você, que está precisando deste texto, tomei a decisão de torná-lo público e alcançá-lo, onde quer que você esteja mesmo falando sobre assuntos pessoais de forma tão aberta.

Escrever este livro envolve algumas dificuldades técnicas. A maioria das pessoas que preciso mencionar, para lhe dar exemplos, estão vivas. Portanto, histórias serão modificadas para proteger a privacidade dos envolvidos. Coisas que aconteceram na minha família podem ser ditas como de terceiros e vice versa. Quem reconhecer a história verá que mudei algumas coisas e isso será feito, se eu julgar necessário, mas sem tirar o valor do exemplo que ela carrega. Acho que os inimigos ficarão frustrados, mas quem perderia a chance de tornar o dia deles miserável, não é mesmo?

Não tenho intenção de dar indicações de igrejas ou tratamentos médicos, porque, se eu dou minha opinião, tiro de você o direito, e o dever, de procurar por si mesmo. A verdade é que não há uma opinião certa ou errada em assuntos como religião, espiritualidade, tratamentos médicos e mediunidade. Nada que eu tenha visto prova que uma igreja em específico, ou tratamento, ou guru, é bom ou ruim. Acredite que tudo pode ser bom e ruim ao mesmo tempo.

Este livro não um guia turístico dizendo o que você deve fazer e deixar de fazer. Irei, no capítulo em que faço sugestões, dar algumas dicas de estudos, mas é apenas para sugerir um ponto de partida e não um final. Tenho minhas preferências em todos estes aspectos, mas use-as como quiser. Ela será tão boa como qualquer outra opção que vier a adotar. Este livro também não tem a pretensão de ser científico, religioso ou a derradeira opinião sobre o assunto.

Assim sendo, poderá parecer que não quero me posicionar, mas nada melhor para começar uma discussão do que a outra parte se sentir ofendida. Boas discussões levam você à adquirir conhecimentos rapidamente e em grande quantidade, embora as vezes não em qualidade. Então, aos oponentes, digo que em outra hora nos veremos, em bons debates. Agora deixemos que os demais leitores formem suas próprias opiniões. Afinal, a ‘liberdade de escolha’ não é algo maravilhoso? PARA QUEM ESTE LIVRO NÃO É INDICADO: se você tem certeza que não é médium, gosta da sua vida assim como ela é e quer ser parte do problema daqueles que são médiuns, mesmo eles sendo seu amigo próximo, chefe,ou membro da familia, pare de ler o livro e o dê de presente. Um livro que não gostamos sempre pode ser usado como presente de Natal. Se sentir que ele lhe é útil, continue e tenha uma boa leitura!.

Saturday, December 9, 2023

Introdução

 

Sítio Santa Helena, 18 de janeiro de 2009. 18:00.

Iniciar algo importante é sempre muito difícil. Se não lhe parecer difícil, avalie bem, pois pode não ser o inicio e você não ter percebido.  Na minha juventude procurei resposta para todos os medos e perguntas que tinha. Achei boas coisas, mas nenhuma me deu tanto alívio como o buraco no meio da Via Láctea.

O planeta Terra caminha para o centro da Galáxia a que pertence. O centro dela é um buraco negro e, veja só, todos nós caminhamos para lá! Quando tudo parecer ruim, pesado e o pessimismo tomar conta, lembre-se do buraco negro no fim do caminho. Você não faz ideia como a depressão cura rápido! A única coisa que você passa a pensar é: como faço para cair fora daqui. Isso toma seu tempo e energia, fazendo com que desvie seus pensamentos pessimistas para algo produtivo como andar na direção contrária ao buraco. Quando algo parecer o fim do mundo pense que tudo vai mesmo para o buraco e viva sua vida!

A melhor parte deste livro é que só estarei com você quando quiser. Não serei inoportuna ou inconveniente, pois a minha boa intenção poderia criar mais conflito do que ajudar. Sei que a sensação de estar só nesta enrascada é grande e ninguém lhe entende, mas a solidão na hora certa é a melhor de todas as proteções para muitos males que você verá em sua vida, embora em outros momentos a solidão seja o único veneno a aumentar a dor.

Então, por que deixar este texto? Porque muitos, antes de você, sofreram demais; muitos outros, ao seu lado, estão sofrendo e muitos irão sofrer se todos resolvermos levar a situação do jeito como está. A esta altura, você já deve ter percebido que a mediunidade é como comer, andar, namorar e morrer. Embora o ser humano faça tudo isto problematicamente, a maioria dos membros da nossa raça já age com muito mais sabedoria do que nos milênios passados.

Não escreverei um manual “siga o mestre”. Você não precisa disso e não sou mestre em mediunidade, mas sou mestre em sofrer as consequências boas e ruins que isto traz.

Imagino que quando esteja lendo estas palavras, a questão sexual humana tenha avançado para melhor, na cabeça dos humanos, e você perceberá que é muito mais fácil lidar hoje com a sexualidade do que com a mediunidade. Embora tenha havido uma ‘revolução sexual’ no início da década de 70 do século XX, e embora alguns afirmem que evoluímos à mediunidade humana, acredite, a segunda parte ainda não aconteceu.

Nasci na parte furiosa dos anos 70, e se você nasceu posteriormente, aquilo que vê hoje, sexualmente, já foi pior. Não queira saber, ou lembrar o que era uma mulher mal resolvida antes dessa revolução! Eu rezo para que, no tempo em que você leia este livro, seja raro encontrar uma pessoa insatisfeita.

A verdade é que a segregação que envolve esta condição é mais acirrada que a religiosa, a sexual, a racial e a pior delas, a de classes. A mediunidade está em situação mais delicada, pois ocorre dentro dos ambientes social, religioso, racial e sexual, independente de querermos ou não, em diversos graus. As piores situações de ódio racista podem já estar vindo de quem você mais ama e admira, ou seja, de quem tem seu mesmo nível social, cultural, religioso, sexual, pessoas da sua raça e mesmo da sua faixa etária.

A mediunidade se intensifica na adolescência, quando tudo parece conspirar, desde a menstruação, o seio que dói, o menino mais bonito da sala que não quer olhar para você (talvez seja o maldito seio que dói, mas que não cresce o tanto que falta para o bonitão querer olhar), até as chatas matérias escolares (se você chegar ao fim do livro antes do ensino médio, vai olhar a física e a química com outros olhos). Se você veio ao mundo como um lindo menino, tem tanto para se preocupar quanto uma menina, pois você quer ver os seios, mas eles estão demorando a crescer nas moças e as mais velhas não querem dar atenção pra pirralhos.

Só estas coisas já seriam suficientes para a vida estar parecendo um mau negócio, e tem o tal homem na sala, que só você vê, dizendo que tem uma coisa errada e enchendo o seu saco toda noite. Quando você tenta falar com os seus amigos, ou mesmo sua família, vem a gozação comparativa com a m#** daquele filme do m#**inha que vê gente morta. Por isso você fica sendo “a que vê gente morta”. Não resolveu o problema do homem na sala, nem o seu, nem o do filme (parece que ninguém o usou como exemplo de respeito) e a questão dos peitos continua igual. Então o que Bernardo leva na história? NADA.

Por isso a maioria abandona sua mediunidade e sugere que os outros também o façam. Porém, não há como abandoná-la, pois não é parte externa que se possa cortar. Conheço uns estranhos que, se dissessem que o’ bilau’ fosse a antena da mediunidade já o teriam cortado, num acesso de raiva. Deus é, de fato, sábio em esconder a tal antena.

Por que vou falar sobre sexo, se não é o assunto principal? O sexo é 10 000 vezes mais falado e praticado do que a mediunidade e posso usá-lo como comparação. Por exemplo: o instrumento principal para fazer sexo fica na ponta de baixo do tronco, mas não usa só ele não! Usa o corpo todo, sendo homem ou mulher, meu amor, usa tudo tá! A mediunidade fica na ponta de cima, cujo instrumento principal está no cérebro, e, MUITO IMPORTANTE, sem uma pratica sexual com qualidade, sua mediunidade vai dar problema, mais problema que o normal.

É necessário, em tudo o que você pesquisar, perguntar ou tiver de escutar de alguém, mesmo sem ter pedido, que CONSIDERE A FONTE. Sempre leve em consideração quem está falando e sobre o quê. Qualquer dado sobre o fulano ou fulana interessa. Mesmo Platão, se desse pra sabermos a cor dos seus olhos, interessaria. É claro que a história dele interessa, e o que ele produziu mais ainda.

Dou um exemplo do que seria CONSIDERAR A FONTE: um encanador pode falar sobre filosofia, talvez seja até a encarnação de Platão, por que não? Mas se ele quiser falar sobre como uma mulher deve se vestir, e tudo que ele fala está estonteantemente démodé, considere a fonte e avalie. Ele é travesti? Está tendo problemas com sua mulher? Está de gozação com a sua roupa? Você vai escutar seus conselhos, neste assunto, ou não? Se vai escutá-lo, é porque é como ele e ninguém tem nada com isso. Não foi ele, mas sim você que foi lembrada de uma condição sua.

Vai ficar feio se você chegar ao trabalho com aquela saia, ou calça, que parece uma piada e todo mundo perguntar “o que é isso?” e você disser que o encanador escolheu pra você. Vai dar bode, você não precisa ser médium pra saber isso. Mas, se você chegar ao mesmo escritório, falando que resolveu seu problema existencial, está de bem com tudo e o milagre veio de um encanador que era o bicho na filosofia, que sabia até nomear as obras todas da antiguidade, vai ficar bonito toda vida.

Depois de falar tudo isso, vou lhe dar alguns dados para avaliar o tipo de fonte que sou. Não escreverei um capitulo inteiro sobre minha biografia pois não sou pessoa importante, nem tão velha, que tenha tanto para falar.

Nasci em junho de 1971, primeira filha, neta e bisneta de uma família que misturou tudo: brasileiro quatrocentão- uma avó. Italianos do norte da Itália - outra avó. Um avô húngaro e um avô do sul da Itália. Fui filha de uma concepção indesejada, meus pais ficaram casados por 11 anos. Tenho uma irmã e um irmão mais novos. Não conheci meu avô húngaro, mas amei meus outros avós como a meus pais, até mais. Meu pai era economista e minha mãe enfermeira, fui a “coisinha fofa” da família, mas, diga-se de passagem, que queriam muito era um menino. Fui destronada quando nasceu minha irmã e, definitivamente, quando nasceu meu irmão mais novo, o “queridinho da família”, que era fofinho mesmo. Nas férias havia muitos primos para brincar.

Tive uma infância onde as boas recordações predominaram, mas onde havia dois mundos que eram regidos pelo mesmo fator, a mediunidade e suas consequências. Tinha amigos normais, pois tive uma “turma da rua”, na época onde uma criança só ficava dentro de casa quando estava de castigo. Esses amigos não me julgavam estranha, mas usava o recurso de dizer “tenho que ir para casa” quando sentia que o Outro Lado me chamava. Na escola não podia me ausentar. Isso fez com que as outras crianças percebessem que era diferente e tivessem mais tempo para me julgar.

Querer ficar sozinha boa parte do recreio não ajudava a melhorar a situação. Eu não tinha recursos verbais para sequer explicar a necessidade de precisar ficar só para me “limpar” das energias que absorvia dos colegas e professores. Sorte minha ter estudado até o 8º ano em um colégio com muita vegetação e espaço. Em qualquer lugar aonde haja verde há elementais e eles já sabiam do meu problema, ajudando-me na hora do recreio.

Mesmo sendo crianças, meus colegas traziam muita coisa de casa, pois elas e os velhos têm uma facilidade maior para receber energias perversas. Essas “coisas” que traziam de casa eram atraídas por mim, involuntariamente.

No início da adolescência, as tristes situações que ocorrem nessa idade, como a mudança dos hormônios, ampliavam-se por estarem envoltas em questões espirituais que não conseguia resolver. Quando o sofrimento aumentava por falta de ter com quem falar era a hora que me sentia pior. Demorou muito para aparecer alguém com capacidade para responder às perguntas que conseguia verbalizar, pois muitas delas ainda não podia nem formular a mim mesma, muito menos para os outros. Infelizmente, não posso afirmar que essa pessoa me fez aprender por bem e, sim, pelo mal que me causou. O fato de estar desesperada para compreender o que estava ocorrendo fez com que o primeiro que apareceu fosse o “qualquer um” que o desespero atrai.

A adolescência foi muito sofrida pela separação dos meus pais e por tudo o que me levou a querer escrever. Entrei para a Faculdade de Historia da Universidade de São Paulo e só não completei o curso porque um amor maior apareceu na hora espiritual certa, porém cedo demais para a matéria. Não subestime o poder do amor. Eros, ou Cupido, era o deus mais temido por todos mortais e imortais. Hoje a medicina provou o que os apaixonados já sabiam há milênios que a área do cérebro onde fica ativada a paixão é a correspondente à tomada de decisões. O efeito que a paixão provoca na pessoa é comparável às medicações que a proíbem de dirigir e atuam, inclusive, nas decisões mais complexas.

Casei com esse amor e dele nasceram mais três amores e, logo após, adveio o divórcio que foi causado por queixas comuns a casais que se separam, mas, principalmente, por que a questão mediúnica ainda não estava bem desenvolvida por mim naquela época. O que não consegui destruir no casamento outros médiuns que estavam envolvidos na minha vida e que eram tão mal trabalhados quanto eu, conseguiram. Tudo que é importante para você trás perdas e sacrifícios, inclusive coisas boas que serão colocadas nesse altar e sacrificadas antes que você perceba.

Nasci na grande cidade de São Paulo, mas, ao tempo que este livro era escrito, morava há dezoito anos na área rural mineira. Gosto de não estar cercada por muitas pessoas todo tempo, mas alguns animais vão bem como companhia. Pratico a dança, a costura o estudo de línguas, física química e todas as ciências me interessam.

A história que daria uma boa imagem da minha vida é uma lenda dos nativos hopi, tribo norte-americana, que se autodenominava tribo do urso: uma índia viu certo dia, uma ursa na floresta que estava muito doente. Resolveu, então, levá-la para sua cabana. Como não fizesse idéia do mal que a acometia, achou que iria morrer. Todavia ela levantou-se e disse à índia para ir buscar tal e tal erva e fizesse um medicamento que, e em dez dias, ela ficaria bem. A índia obedeceu e de fato a ursa melhorou, mas logo em seguida ficou doente e de uma forma horrorosa. Mesmo gravemente enferma, a ursa disse à índia para procurar outras ervas e adotar outros procedimentos e então melhorou. História vai, história vem, depois de muitas outras enfermidade e recuperações, a ursa disse-lhe que o aprendizado que lhe passara estava completo e que iria embora. Levantou-se e saiu pela mesma porta que entrara doente e nunca mais foi vista.

A moral da história é que a Ursa Sagrada ensinou tudo o que os hopi tinham de sabedoria, mas fico imaginando o espanto da índia. Todo sofrimento pelo qual passou, limpando vômito, curando chagas da ursa e, um belo dia, que já ia tarde, a ursa levantou-se e foi embora.

Minha vida tem sido tão maluca, que algumas pessoas se surpreendem de eu ainda estar viva e razoavelmente bem no que diz respeito à saúde mental. A sensação que tenho quando coisas me acontecem e lembro-me da história da ursa, é da cara de tacho da índia quando a ursa levantou-se e foi embora. Consta, ainda, sobre a lenda que a índia teve uma experiência de êxtase e se tornou uma grande sábia...assim esperamos.

Friday, December 8, 2023

Mediunidade seria o que , mesmo?

 

Como soube, ainda criança, que lhe deixaria estas páginas, tudo o que agora lhe escrevo é, propositalmente, baseado em minha experiência pessoal que engloba o que estudei, o que aprendi sozinha e através de outros médiuns. Sei que há estudos científicos sobre a mediunidade, mas não chegaram a mim até a presente data por mais que os desejasse. Sou a primeira a dizer: vá atrás deles e leia tudo o que lhe cair nas mãos. Você não faz idéia de quanto lhe fará bem poder conversar sobre tudo, e ser difícil de ser enganado. Relevante mesmo é saber que está sendo sacaneado, pois, A VERDADE VOS LIBERTARÁ e isso só ocorrerá através do conhecimento e da sensibilidade.

A mediunidade é, pois, a capacidade de mediar dois pontos. É o que fica no meio, não pertencendo a nenhum dos dois pontos e, sim, contendo ambos em seu domínio. Isso lhe parece familiar? Parece-lhe matemática? Tipo conjuntos? Inclua matemática nos seus domínios se quiser saber o que lhe acontece. Não estou brincando, não. Conceitos de matemática, física, química, e não de religião, mitologia ou filosofia, irão fazer toda a diferença, pois estes três últimos não estão dentro do seu corpo, mas os três primeiros sim. A mediunidade é o que o médium tem e a palavra médium, no dicionário, é aquele que faz a comunicação com as almas dos mortos. Isso é tudo o que lá está.

Importante realçar que a mediunidade é involuntária. O médium nasce com a capacidade física de servir de ponte entre o mundo de ligações predominantemente carbônicas e estruturalmente “rígidas”, e o aquele de n-ligações, de estruturas menos “rígidas”, que não são perceptíveis aos glóbulos oculares desta espécie homo-sapiens. Poderíamos, mesmo, afirmar que perdemos a capacidade ocular que não era algo necessário à sobrevivência da raça. Todavia, continuarei pesquisando para entender se o problema foi com o globo ocular, com a recepção cerebral ou se estamos vendo e recebendo da mesma forma que o homem primitivo ou estamos somente arquivando a informação, sem dela tomarmos conhecimento no consciente, ou seja, estando “acordados”. Aguarde que oportunamente voltarei com essa informação.

Em outras palavras, o médium é você, a mediunidade é aquilo que não te deixa dormir, que não resolve problema algum e faz que você seja capaz de saber de onde veio e para onde vai. Ah! Aquele buraco...

Tanto faz se você acredita ou não, no que vê, mas faz toda diferença o que você faz com isso. É indiferente se você partilha com outros ou não. Isso é uma decisão pessoal, mas como você está lidando com a informação que você recebe sobre os outros, isso é o que vai fazer sua vida virar um inferno ou não. Alias, já tendo confirmado que certo racismo paira sobre o assunto, a parte cretina da historia toda é que a mediunidade é tão simples e tão complicada como a sexualidade, o amor, a saúde e até o dinheiro. Não a subestime nem superestime. Já há muito tempo, os grandes mestres diziam que o ser humano perfeito é aquele capaz de se manter equilibrado em tudo, desde a alimentação até as emoções. O próprio Salomão afirmou que no tempo dele não havia nada de novo sob o sol e isso há uns três mil anos. Todos eles estavam certos.

Há mediunidade com diferenças? Bem, se considerarmos que cada pessoa no planeta é um ser diferente, reagindo de formas diversas, e que Deus é bem criativo, existem infinitos estados de mediunidade. Considerando a diversidade de dimensões, o que também faz diferença, a conta dá um resultado ridiculamente imenso. Todavia, somente alguns tipos de mediunidade nos interessam na realidade do dia a dia. Tudo que você conhecer fará diferença entre se machucar ou machucar o próximo. Você terá de prestar atenção nos tipos principais de mediunidade com suas variações, pois, terá contato com muitas outras pessoas nesta vida, inclusive o jornaleiro, seu marido ou esposa, sogros, patrão, empregado, e saber o que eles são, o que é você, e tornar sua vida melhor.

Os tipos de mediunidade que ocorrem com mais frequência são:

Os cinco sentidos mediúnicos, pelos quais a pessoa tem a capacidade de ver ouvir e, em alguns casos mais complexos, até sentir o tato e o odor. Normalmente o médium nasce com estes atributos, mas estudei outros de pessoas que, após um acidente grave, com coma e/ou morte clinica começarem a ver, ouvir e sentir depois de voltarem destas terríveis experiências. O oposto também é comum como quando crianças com essa capacidade perdem a sensibilidade com o avançar da idade, ou de uma agressão física e/ou mental durante sua fase de crescimento, mas isso não as torna não-médiuns.

A capacidade de viajar no tempo passado e futuro é outra categoria. Nunca soube de pessoas que só pudessem ir para o futuro e não para o passado. De posse de um objeto pessoal de alguém, este tipo de médium consegue ver o passado, o futuro e o presente, em especial os fatos mais marcantes. Com essa mediunidade bem treinada, estas pessoas podem ajudar até em casos policiais. Falaremos melhor disso depois, pois a visão está condicionada à “autorização” do que pode ser visualizado sobre o indivíduo ou acontecimento, e do que pode ser falado. Ver ou saber algo nem sempre conecta com autorização para falar.

Incorporação é a mais controversa e complexa porque envolve a pessoa que a recebe e a que a promove. Trata-se do individuo que ocupa o corpo do médium por um período de tempo. Neste tipo de mediunidade está incluída a psicografia, a possessão e tudo o mais que a pessoa sozinha não consegue fazer. Aqui vou fazer uma pausa para falar de uma forma que não usaria normalmente. Porque é o mesmo que falar para uma pessoa em estado de virgindade sexual, e todo mundo já passou por isso. Sobre a incorporação, é melhor experimentar do que ouvir falar a respeito, se você está curioso. Todavia, como entendo a curiosidade que existe de querer experimentar, vou lhe contar o que senti sobre a incorporação.

A primeira vez é estranha, sente-se dores e muito mal estar. Como é uma experiência em que 99% das vezes haverá mais do que três pessoas presentes, é um momento ruinzinho porque ‘tá todo mundo olhando’. Você sente vergonha por não entender o que está ocorrendo com o seu próprio corpo, pois as reações são bem esquisitas e tem que ter muito peito para deixar isso ocorrer mais vezes. Eu não nasci com esse tipo de mediunidade. O ‘touro’ veio bem devagar, mas conheci casos que me inspiraram muito respeito envolvendo o corpo. É pior que emprestar roupa íntima porque você estaria emprestando o que fica dentro da roupa!

O mal estar é algo que permanece por muito tempo. Ele acontece sempre que uma entidade bem maior que você, em tamanho e/ou força, incorpore. É algo que pode machucar, e é assunto a se tratar com muita cautela. Acredito, com minha experiência, que menores de 30 anos não deveriam lidar com isso, mas existem os que já nasceram com esta faculdade que geralmente se manifesta na puberdade e exigem a presença de pessoas experientes para acudi-la. Assim como a primeira transa, se a primeira vez não for traumática, as demais serão promissoras.

Apesar da minha natureza tensa, depois de conseguir vencer o medo e relaxar, a entidade que ‘emprestou’ meu corpo era a velha rainha mais maravilhosa desse mundo, era a grande avó de todos. Foi muito bom ver alguém de tanto respeito me ensinando a cuidar de mim mesma. Por isso aceitei a incorporação inclusive para vencer um tabu e ver no que dava, mas nunca imaginei que tal experiência fosse me ensinar tanto, pois ceder o próprio corpo é um ato de humildade. É verdade que está humildade possa dar espaço para inconsequência. Todavia, com estas experiências cresci muito.

Devo dizer que quando incorporo permaneço consciente, ou seja, ao incorporar, “fico de lado”, observando. Isso foi ótimo porque fui apreendendo e me maravilhando ao ver um braço meu não me obedecer e de perceber como os Outros falavam sobre assuntos que eu não tinha condição de saber. Infelizmente, estou perdendo a capacidade de ficar “de lado”, ou seja, com mais uns anos provavelmente não verei nada, parecerá que estive dormindo, vamos ver. Sempre há um mal estar que precede a incorporação. Isso não é ruim, aprende-se a com ele conviver.

A mediunidade de incorporação de nascença, que se apresenta na tenra infância, é uma condição que está ficando cada vez mais rara. Trata-se de médiuns com muita força magnética em seus campos físicos e espirituais e que, consequentemente, sofrem muito durante suas vidas. Conheci pessoas que tiveram a primeira experiência de incorporação aos nove anos. Elas não tinham controle algum, ou muito pouco, a respeito de quem, quando e como poderiam incorporar. Para obter este controle é necessário muito trabalho e empenho sempre pensando haver equilíbrio. Elas sofrem fisicamente, pois se forem incorporadas por um obsessor agressivo, seus corpos poderão ser machucados.

A mediunidade é hereditária, o órgão dela é o cérebro e a nossa medicina irá descobrir o ponto exato onde está a bendita antena, que pode ser pequena, tipo radinho, ou melhor, MP3, ou ser aquelas do tamanho de um fusca. As leis que determinam os fatores recessivos, dominantes, autossômicos, reincidentes, enfim, leis de hereditariedade são as que regem os tipos de mediunidade. Você não precisa conhecê-las a fundo, se quiser apenas com elas conviver. É preciso saber que se você e seus pais tem o fator dominante, aquele seu irmão que não possui mediunidade, poderá parece uma parede, principalmente na hora de conversar, ou ele tá fingindo de boi sonso e aos trinta anos poderá se revelar o grande feiticeiro da Babilônia. É o fator recessivo, ou seja, ele porta o gene da mediunidade mas não é médium.

Participei de um caso onde numa criança a mediunidade estava se abrindo rápida e violentamente, tendo em vista a separação dos seus pais quando tinha apenas nove anos de idade. Decidiu-se que era uma situação prematura e foi realizado um procedimento para que isso fosse fechado naquele momento, para mais tarde ser aberto. Quatro anos mais tarde, pude perceber que a mediunidade precoce tinha sido um ato divino para proteger aquela criança de coisas piores. Não deveria ter sido modificado o curso natural específico dela. O Criador sabe, bem melhor que nós, os momentos certos para tal e é muito difícil aceitar o que é estranho já que não enxergamos o Todo. Esse menino não se beneficiou da intervenção realisada. Os problemas que ele teria enfrentado naquela ocasião não seriam piores do que aqueles que veio a enfrentar depois. Eu, pessoalmente, não mais intervenho em casos desta espécie. O que pode ser feito para a pessoa em tal situação é apoiá-la com muita atenção e sobreaviso.

Thursday, December 7, 2023

Dificuldades pelas quais passa o medium.

 

Não é só a mediunidade que trás dificuldades à vida de uma pessoa. Evidentemente que não se precisa ter a condição mediúnica para se ter problemas na vida. A questão é que, até agora, não pude provar que a mediunidade é importante para a evolução da nossa espécie (nem de nenhuma outra). Também não consegui provar o contrário, que isso seria um entrave para o desenvolvimento humano. Acredito mais na primeira hipótese, pois é muito sofrimento para um ‘resultado’ duvidoso, considerando que esta dimensão não é sempre fácil de engolir e em outras não há necessidade de mediunidade.

Sou totalmente São Tomé: preciso ver, ou sentir, para crer. Muitas pessoas fazem a perguntinha básica: “como é possível você acreditar nisso se não viu?”. Eu vi sim, estive lá, vi vidas passadas, minhas e de outras pessoas, consigo visualizar o futuro, vejo e escuto pessoas que Lá habitam. Como eu posso ter certeza? Passei por três psiquiatras, e nenhum deles diagnosticou em mim patologias, como a esquizofrenia, que ouve e vê coisas que inexistem.

Sinceramente falando, gostaria muito de me livrar desse peso, mas algo me impede dizendo que isso é parte do que sou. É a minha história, desta e de todas as vidas anteriores que consegui enxergar. Como eu posso jogar fora algo que está comigo há 25.000 anos, se nem jogando um copo de papel pela janela do carro eu consigo, sem sentir-me mal? Ah, mas jogar lixo na rua é antiecológico, é feio, é ruim. Sim, da mesma forma não consegui provar que a mediunidade deva ser jogada fora. Aliás, por falar nisso, os melhores médiuns que conheci são muito ecológicos, pois enxergam a luta dos protetores da Terra para proteger o meio ambiente dos depredadores e não se consegue ver isso sem se engajar.

Outro empurrão que tive para trabalhar minha condição mediúnica em níveis mais completos foi o exemplo que minha família mostrou do tipo ‘não-faça-o-que-faço’. Sou testemunha de como suas vidas foram incrivelmente bagunçadas por isso.

O meu lar não é na Terra. Pude ver de onde vim, e convenci-me que minha raça não é terrena. Estou na condição humana há muito tempo, mas consigo lembrar vidas anteriores a isso. Todos sabem como é lembrar-se da infância, ou de algo muito bom que ficou pra trás ou de alguém a quem amou muito. A diferença é que me lembro de muito mais coisas que normalmente se costuma lembrar. Lembro-me de 14 infâncias, 14 casamentos, 14 maneiras de morrer. Ninguém merece lembrar de mais de um ex-marido, mas eu me lembro. O aprendizado cresce, mas a responsabilidade se amplia. Não consigo ‘deixar o passado para lá’, nem acredito que um soldado esqueça a guerra ou uma pessoa esqueça como foi bom casar com outra maravilhosa.

Não esqueci o cheiro da guerra nem o sabor de cada amor que tive. A situação vem crescendo com os anos, pois, ao contrario de lembrar-me do que ocorreu quando era criança, e vir esquecendo com a idade, lembro-me mais e mais. Você já foi a um lugar em que já esteve há muito tempo e, ao entrar, passa a lembrar-se do que aconteceu ali e com quem esteve? Bem, com os anos, estou vendo mais lugares e conhecendo mais pessoas. Como minha alma é velha para os padrões espirituais porque já encarnei muitas vezes, mas muitas mesmo, conheci bem este mundo e muuuuuita gente. Então, estou lembrando cada vez mais, inclusive o que ocorreu comigo nesses lugares.

Não me traz felicidade ver que pessoas que amei, ou admirei, ou filhos, que eram alegres e tinham uma vida feliz, são uns idiotas e estão cometendo erros que não teriam praticado antes. É como se pudessem “emburrecer” com o passar das vidas. Machuca demais não poder dizer que fui mãe ou mulher, ou amiga numero um deles, e que estou sofrendo com o que estão fazendo. Sou a testemunha das pessoas maravilhosas que eles são e quero ajudar, apenas conversando, ou estando ao seu lado para o que der e vier, mas que o que estão fazendo não é digno do ‘amor de pessoa’ que sempre foram. Por duas vezes passei pela experiência de não conseguir me conter ao ver desgraça tão grande. Não ganhei a compreensão por parte de quem estava alertando por terem interpretado meu gesto como intromissão em vida alheia.

Visto pela perspectiva mediúnica, minha família é bem maior de que os olhos terrenos possam enxergar. Tenho muitos amigos e número maior ainda de inimigos. Alias estes últimos não compreendem quando não lhes digo que não quero amizade com eles nesta vida, pois, sei o que com eles ocorreu em vidas passadas e vejo os riscos de não haver entendimento entre nós na vida atual. Por respeito me afasto, aguardando o dia em que um entendimento venha a ser possível, e esse distanciamento é tido como desrespeitoso. Mais que isso, como frescura ou prepotência da minha parte. Perguntam: “Como, por que motivo ela não quer participar do meu círculo social”? Um conselho: não tente dialogar com antigos inimigos. Eles não irão acreditar em você. Só se for para poder chegar perto o suficiente para feri-los, pois, não irão lembrar-se do que aconteceu em vidas passadas, mas o odeiam da mesma forma.

Pode parecer paradoxal, mas saber da existência desta família maior, conhecer o amor incondicional, saber onde está a Luz, está me trazendo muita solidão. Talvez eu esteja agindo como a índia da historia da ursa para explicar por que o ser humano perdeu a capacidade de lembrar de outras vidas. Veja o mundo de hoje com a globalização. Garanto-lhe que nunca vi um tempo tão solitário para cada ser humano. Antigamente povos não se misturavam, era extremamente importante a integração entre as pessoas, pois, não havia aposentadoria, saúde pública, TV, creche... A escravidão humana só fez crescer e se esconder, dentro dos lares que quase não existem mais, e das sociedades que se autodenominam justas. Eu vi vários finais de eras bem mais violentas que esta e catástrofes naturais horrorosas, mas nada como hoje, onde estão presentes a solidão, o descaso, o desencanto, a desilusão e a desesperança.

Não tem sido nada fácil lidar com as tragédias que vejo chegando e viver com as que já estão acontecendo, pois as que já passaram estão tomando ainda muita energia minha, o que não me lembro de ter visto anteriormente. É verdade que havia guerras, matança de crianças, estupro de mulheres e homens, mas quem sobrava, se levantava, ia lamber suas feridas e viver. Hoje, lamber feridas está impedindo de se viver, pois, não estão cicatrizando. É como se a humanidade estivesse cansada talvez das suas feridas, de lambê-las ou talvez das duas coisas.

Dizem que se as coisas não andam bem é porque ainda não terminaram. Tá bom, conta esta história pra outro. Há certas frases que são tão maravilhosas que gente do “deixa disso” as usa o tempo todo. Ocorre, entretanto, que não mais ajudam. A palavra não tem mais credibilidade por que é dita sem conhecimento de causa, sem verdade vinda do coração. Você não é obrigado a ouvir coisas assim. O melhor “deixa disso” que já ouvi foi de quando algo doer faça da seguinte forma ponha as mãos na cintura, barriga prá dentro, peito prá fora e grite bem alto F#D&*! Depois vá tomar uma cervejota, ou um suquinho, enquanto for menor de idade, e pronto ficará bem.

Falando sobre a presença de “gentes mortas”, não me lembro, nesta e em nenhuma outra vida em que não tenha envolvido as entidades, com as quais ainda convivo, nas minhas decisões. Por dois motivos: elas não largam de mim e dizem que também não largo delas, mas isso é intriga da oposição porque acabam estando presentes em todos os momentos, próprios e impróprios da minha vida. Não adianta ir contra, pois, seriam o tipo de inimigos aos quais você deve se unir, pois não pode vencê-los. Há um simples motivo que concorre para isso... Eles têm todo tempo do mundo. Estão vivendo a mais tempo do que a Terra existe, inclusive os mais bravios e conhecem o Tempo melhor que nós, que ainda estamos no jardim da infância, achando que domingo ainda está muito longe. Nunca valeu a pena discutir com eles. Dizer: ‘olha, a coisa tá demorando pra endireitar e estou meio que sofrendo e isso tá me deixando deprê e eu tô meio que perdendo a calma!’ Eles realmente não se incomodam.

Se você já tem idade para cuidar de crianças, sabe que elas pedem coisas o tempo todo e, de inicio, você corre pra saber se o choro é prenuncio de morte eminente. Depois de umas dez corridas, você vai atendê-los, mas com calma. Finalmente, você passa a entender que elas sempre querem alguma coisa, e de dez uma, apenas, é relevante. Não mais irá correr para atender tudo quanto é porcaria de chamado que os pequenos piarem. As entidades guardiãs fazem o mesmo conosco porque somos uma raça ainda infante e elas sabem que sempre estaremos pedindo. Já passaram por tudo, evoluíram, estão muito bem e, para elas, não devemos nos preocupar porque num dia desses tudo vai dar certo.

Esse é o outro lado da moeda: aqui no planeta Terra somos os clientes e o cliente sempre tem razão. Afinal, as entidades estão aqui porque nós existimos. Caso contrário, eles estariam em Júpiter, ou outro planeta, cuidando de alguém naqueles mundos. Ninguém deve abrir loja sem clientela à vista. Até hoje não vi loja de pedra-pomes no Pantanal, para os jacarés da região. Assim sendo, se a coisa não vai bem, quem tem direito à reclamação é o cliente. Pois é, a coisa funciona do mesmo jeito com o espiritual, o astral, o Outro Mundo. Somos clientes mas somos crianças no jardim da infância. Os patrões tem todo o tempo do mundo. Sabendo dessa realidade, você entende o mecanismo existente por trás dos pedidos atendidos ou não? Todas as rezas, pedidos e desejos são ouvidos, acredite-me. “Cuidado com o que pedes, pois seu pedido poderá ser atendido”.

Sobre isso tenho uma historia para contar, bem básica, mas que acontece o tempo todo. Quando adolescente, fazendo panca de gente adulta, passando maquiagem para parecer mais velha (hoje passando maquiagem para parecer mais nova), vendo que meus protetores podiam me passar alguma informação privilegiada, eu me engracei por um rapaz. Bem astuta, pedi, gentilmente, que me ajudassem a conquistá-lo. Nada especial, era um bonitinho da vida. Não deve ter sido difícil, pois além de eu ser nova, e tudo que é novo é uma gracinha, o rapaz não era muito forte mentalmente. Oh! Deus, como eu me arrependi de ter pedido ajuda. Ele era uma mala, um insosso e deu muito trabalho para devolver! Os bons protetores riram a beça, aliás, até hoje riem de mim se menciono o caso, e tive de me virar sozinha, pois parece que não há departamento de devoluções. Como eles gostam de passar esse tipo de lição, ficam de butuca, esperando sua inocência agir, como se tivessem raiva disso, ou que o mundo deles fosse chato e eles só precisam tiram um sarrinho em cima de coitados que estão encarnados, sem lembrar-se do que foram. É, mas como nos proteger Deles quando se divertem com nossos erros? A maioria ri de dó, mas uns riem de prazer, chegam mesmo a encher seus olhos de lágrimas. Às vezes costumo pensar que seremos eternos calouros, bichos de todos os anos, numa faculdade que tem cem formandos para cada bicho.

Minha mediunidade já melou amizades, namoros, estudo, empregos e família. Mencione algo e eu lhe conto uma história pessoal e dezenas de outras. Quando uma situação se delineia, ou pessoa se aproxima (é bem louca esta parte) é como um computador: informações de todo tipo aparecem. Sabe esses filmes norte americanos, em que o mocinho tem todo aparato doido dando informações? Os bandidos estão chegando, o cara já sabe em quanto tempo, quantos são, a roupa que usam o clima em Istambul, que não tem nada a ver com o fato, a hora que a mamãe deles nasceu e coisa e tal? É assim, e quanto mais importante a situação, ou a pessoa, a informação chega mais rapidamente. Depois que ela para de vir, vem geralmente a pergunta “como você vai fazer?”, veja bem, não é “o que você vai fazer”, pois nas informações já está contido ‘o que’. O sistema mais usado é SE VIRA.

A mediunidade traria um Mundo maior, mais gente, mais coisas acontecendo, excitante não? Mas como você vai fazer se ninguém vê o mundo que você vê? Não acreditam, não querem acreditar e são mais felizes não acreditando. Se o problema é da sua conta, até dá vontade de resolver, mas e quando não é? O já mencionado cara na sala não é, diretamente, problema seu. O que sua mãe fez e com quantos fez não lhe é pertinente. Se você contar pro seu pai, ai poderá vir a ser problema seu, pois a casa pode vir abaixo. Então, você pensa: ‘a gente só faz o que quer, ninguém me obriga’. Bem, o LIVRE ARBÍTRIO foi o que fez a raça nossa não ser benquista no Universo.

Ninguém, incluindo entidades, me obrigou, de fato, a fazer nada, uma parte dos erros que cometi foi porque todo mundo tem sua quota de m&#d@ para adubar a vida. Entretanto, muitas situações não são apenas de limite pessoal porque envolvem os seus erros, os dos outros e tá todo mundo seguindo o que Jesus disse, ou seja, “trate o próximo da mesma forma que você deseja ser tratado”. Mas quem disse que as pessoas andam se tratando bem? Quem não sabe se tratar bem vai tratar o próximo COMO? A maioria dos meus conhecidos me enche de pavor quando me tratam bem.

Desculpe lhe dizer que nenhum médium ou filosofia irá protegê-lo de sentir dúvida muitas vezes na vida. Muitas vezes me apavora a possibilidade de que ao finalmente morrer e chegar ao meu destino, não encontre nenhuma das entidades que me protegeram, ou aquelas que me perseguiram, durante a vida. Às vezes penso: e se for tudo uma grande cascata? E se tudo for ilusão de ótica, piração, doideira? Não é medo de ser demente, pois isso explicaria tudo o que passei nesses mais de 40 anos. Mas e se eu for para o Outro Lado e não reconhecer ninguém, só aquele hospitalzinho insosso, com gente que volita (flutua em deslocamento) vestidinha de branco, tudo em paz e amor, mas só humanos ao meu redor? Eu tenho muito medo dessa perspectiva. Muitos aspectos dessa hipótese me amedrontam sobremaneira e é normal que você também venha a ter as suas dúvidas de tempos em tempos.

Agora, olhando para o lado dos “vivos”, vejo inúmeras pessoas tristes e andando como zumbis, coisa que o zumbi não é, pois é um cara meio morto, não meio triste. Pessoas que cumprem o que acham que tem que cumprir e continuam tristes com cara de quem comeu e não gostou. Mesmo que a mediunidade traga suas dificuldades, também lhe dá ferramentas que permitem uma visão ampla de todas as situações sem precisar ‘empurrar’ a vida como um zumbi.

Quando fico assim, agindo sob a pressão destas dúvidas, peço a Eles que me lembrem de suas existências, com fineza e educação. Como adoram mostrar que estão do meu lado, da maneira mais dolorosa possível, eu peço que me lembrem docemente, com carinho, mas nem sempre eles me atendem. Numa das vezes estava bem abusada, xingando-os por tudo dar errado e a resposta foi-me “tatuarem” com pó quente de café no braço. Quando consegui arrancar o pano da manga que havia grudado na pele vi que a queimadura havia formado o símbolo da entidade com a qual falava.

A solidão é algo que custa caro. Então, quando você está com o saco cheio de conviver com entidades sempre ao seu lado, pense que quando estiverem em silêncio e não puder enxergá-los poderá ser pior. Quando crianças estão aprontando geralmente ficam em silêncio, mas cuidado ao pedir para vê-los. Peça, colocando todos os detalhes: quero ver no claro, sem susto, em paz, devagarzinho. Especifique o que você quer, pois são muito ao pé da letra e gostam de fazer entradas triunfais. Terá que aprender a viver com eles de perto tanto os bons como os que não são. Meu avô sempre me falou sobre isso e ele estava certo.

Wednesday, December 6, 2023

Mediunidade e saúde.


É fato que saúde é do que mais precisa o ser humano. Todos rezam pedindo isso, pois, sem ela não se tem o restante. Vou mais longe e digo que a única coisa digna a se pedir para alguém é a saúde porque todo o resto pode dar errado. Peça um emprego para alguém e isso pode não sair como você desejava, o mesmo com todos os demais pedidos, menos com saúde, pois não há duas medidas para saúde.

O princípio básico de ser saudável é que todo excesso ou deficiência gera desequilíbrio, causando vários transtornos a longo prazo. Vamos, para efeito de compreensão, dividir a saúde em física, emocional e mental. Existe o desequilíbrio causado pela mediunidade e por fatores externos que incidem na pessoa que é médium.

No que concerne à parte emocional, o primeiro desequilíbrio é o sofrimento causado pela forma como tratam o médium. Isso ocorre por que não levam a questão mediúnica a sério ou a levam a sério demais a ponto de sentirem medo ou simplesmente porque a pessoa não está interessada em seu sofrimento. Não dormir à noite é o que há de pior para um ser humano, mas para um médium é ainda mais perigoso. São noites insones, mas com acompanhante(S). Gente que você não sabe de onde veio nem pra onde vai, e que não param de contar desgraça e pedir ajuda. No filme “Ghost- do outro lado da vida” (Paramount Pictures, 1990, dirigido por Jerry Zucker), dá para se ter uma ideia através da personagem vivida por Whoopi Goldberg, falando a noite inteira com o rapaz-fantasma que não a deixa dormir.

Outra situação: você está num momento intimo o tal do “enfim sós” com o seu amor, mas isso não existe, pois, você está enxergando gente empoleirada em todo canto, fazendo até apostas de quanto tempo isso vai durar e você escuta. O que acontece? Você brocha e a galera cai na gargalhada. Seu (sua) namorado (a) diz, ao sair: “eu te ligo, tá”? Se você for uma médium, provavelmente escutará a pérola: “você não gostou? Eu não a satisfiz”? Você responderia que brochou porque espíritos sentados em cima da TV falaram que ele está mentindo sobre gostar de você? E quando a plateia é de fantasmas camaradas como seu avô, seu tio, a velhinha que você pensou ser sua amável vovó? Gente que você apenas viu em foto, mas da família, todos ‘gente boa’. Que sorte que a visão e a audição mediúnicas são difíceis de encontrar, não é?

Algo bastante corriqueiro para o médium é sofrer “por antecipação”. Coloco entre aspas porque tendo ele clarividência e enxergando o seu futuro ou de alguém próximo, o tempo já não será uma coisa futura, mas estará acontecendo em tempo real. Pode não ter acontecido para o resto do mundo, mas para quem viu, ver é o principal dos nossos cinco sentidos, está sendo vivido no tempo presente. Começam, então, as emoções naturais de quem vê algo que não queria que ocorresse ou, ao contrário, quer que aconteça logo. Exemplo: você vê a morte do seu avô. É algo que já era esperado em razão da sua idade, mas você não está preparado, terá que fazer provas no fim do ano, convive com um namorado que lhe está dando mais tristeza que prazer, sua saúde não está bem. Não é que você não queira que seu avô morra, principalmente quando sabe que é melhor para ele. Porém, para você não é um bom momento para sofrer a perda de um ente querido.

Lidar com esse sofrimento emocional que, repito, para um médium está no tempo real, embora alguns contestem, tem consequências na sua saúde. Quando recebi a comunicação mediúnica de que meu avô iria morrer, tinha apenas 15 anos e o que uma pirralha desta idade pode saber acerca de “processar os sentimentos relativos à perda”? Não conseguia falar para a minha família o que se passava comigo, nem entender a agonia que sentia.

Perguntei a meu avô por diversas vezes: “Vô, o senhor está bem”? Achava que ele poderia me ajudar a entender as visões que vinha tendo e ele respondeu do jeito que achou correto e que não foi: “Estou cada vez melhor... cada vez melhor...”. Acreditava que o ‘estar melhor’ era não morrer, mas isso ia de encontro às visões que tinha. Cada vez que ele dizia estar bem, eu tinha uma visão mais forte dizendo-me o contrário A mania de algumas entidades falarem por trocadilhos, parábolas do cacete ou profecias idiotas cheias de poesia me irritava. Meu avô parecia estar feliz em morrer, droga, como eu iria saber? Era a primeira morte que viria a sentir nesta existência e o baque foi terrível. Adoeci, tive um choque anafilático com o antibiótico receitado ,por pouco não morri, perdi provas no ultimo bimestre do 3o colegial, quase perdi o ano e o vestibular. Quando voltei às aulas precisei ir carregada de tão doente que fiquei. Fiquei mal com a perda? Sim, mas pior ainda em razão dos dois anos de conflito que vivi vendo coisas que as outras pessoas não viam. Impossível passar bem vivendo tais problemas na infância e adolescência.

E quando você visualiza algo bom chegando, tipo um filho que vai nascer em dois anos ou uma pessoa linda que vai aparecer? Quem não fica tenso por ver uma coisa boa chegando e o tempo parece uma eternidade? Você já viu como fica cachorro faminto vendo o dono preparar sua comida? É assim que a gente fica: babando. Não que depois não venhamos a nos arrepender de certas coisas pelo caminho, mas o melhor da festa é mesmo esperar por ela.

Como se diz, ”pimenta nos olhos dos outros é refresco”, o seu sofrimento emocional não costuma ser levado a sério, pois não podem visualizar o que você alega estar vendo, mas saiba que a dor emocional é sentida pelo cérebro como a dor física. Ele não distingue a diferença entre machucar o pé ou levar um pé na bunda, apenas detecta a presença da dor e reage a ela. Qualquer um que pratique alguma das medicinas ditas alternativas sabe que uma dor emocional, a longo prazo, leva ao desequilíbrio, que, por sua vez, leva à doença física.

O órgão da mediunidade é o cérebro e o médium está sujeito a n- doenças mentais e cerebrais. Agentes externos podem provocar esses desequilíbrios, como obsessores - aqueles que, não tendo o que fazer, ou querendo fazer demais, grudam em uma pessoa. Em contra partida, o médium está sujeito a ser obsessivo em relação a uma pessoa encarnada, ou desencarnada ou a algo, como uma obsessão religiosa.

Muitíssimo comum é a loucura, sem origem física, aquela sujeita a surtos assustadores, ou convulsões, muito fácil de ser confundida com patologias psiquiátricas, mas, se forem causadas por uma questão mediúnica, o tratamento resulta em cura total. Ao contrário, doenças como a esquizofrenia e o distúrbio bipolar ainda não têm cura no corpo físico. Dentro disso, a variedade de patologias é vastíssima, pois se tem muitos tipos de obsessão, com vários tipos de obsessores, e juntando com diferentes tipos de distúrbio bipolar, como exemplo, que são quatro, resulta em bons abacaxis para descascar.

Existem esquizofrênicos médiuns, pois desgraça pouca é besteira, e certos tipos de obsessores gostam muito de usá-los para fins escusos. Um esquizofrênico não irá se curar, mas será beneficiado, e seus familiares mais ainda, através de um tratamento espiritual que acompanhe o tratamento clínico. Tive contato com pessoas com doenças mentais físicas e sei a dificuldade na vida de quem é próximo delas.

Médiuns estão sujeitos a derrames, tumores e câncer cerebral. Se o caso for kármico, destino, dívida, não há o que fazer, a medicina da terra tem que estar acompanhando. Também estão sujeitos a doenças do sistema imunológico e doenças autoimunes, pois a ‘moeda’ nas transações entre mundos é o plasma e a linfa do corpo do médium e, não havendo uma boa reposição desse plasma, as alterações causarão problemas a nível físico.

Médiuns apresentam alterações das funções do organismo, desequilíbrios que apresentam quadros clínicos, mas não são detectados em exames laboratoriais e radiológicos, e é muito triste escutar: “É tudo da sua cabeça”, é psicossomático, você quer estar doente. Antes de a doença chegar ao plano físico, estava no espiritual, e existem tratamentos, das conhecidas linhas naturalistas, que aceitam e tratam esses problemas de forma individualizada mas não fragmentada. A abordagem é correta, mas se a doença vem de outras pessoas, cargas energéticas que não são suas, sem descobrir a fonte, não haverá cura.

É comum problemas sexuais andarem juntos à desequilíbrios da condição mediúnica. O estudo sobre kundalini e chacras vai ajudar a entender o funcionamento desse sistema. Quanto à sexualidade, os desvios são apenas dois: querer sexo demais e não querer sexo algum. Alterações súbitas de comportamento sexual como sado-masoquismo podem acontecer se o médium estiver com um obsessor desse nível, e tudo o que é, mesmo dentro dos padrões atuais, considerado fora do normal para indivíduos saudáveis, é problema associado à mediunidade. A ausência do desejo é desvio, sim, e há obsessores que o tiram propositadamente para machucar a vida da pessoa que perseguem. Doenças sexualmente transmissíveis são punição, ou melhor, cura, pois a doença é o caminho para o reequilíbrio como um freio num cavalo que não parar de correr.

Para explicar qual a melhor parte da questão sexual, falo de uma lei da física que diz: dois componentes distintos, dentro do mesmo recipiente, tendem a se equilibrar em temperatura, moléculas, cargas moleculares, ou seja, em tudo procurarão equilíbrio de forças e potências, com exceções como óleo e água. A VIDA SEXUAL É IGUAL. Com quem você se deita, repartirá metade de seus karmas, de suas energias, boas e perversas, sejam emocionais, mentais, astrais, etc. A marca daquela troca é para sempre, porque o sexo abre portas onde passará tudo que estiver ao redor, bom ou ruim. Pode ser uma transa ‘rapidinha’ ou ‘compridinha’, tocou, passou. Você sai com o dobro de karmas e energias que entrou e compartilha metade do que era seu, como se a parte que saiu fosse uma duplicata da que ficou com você. Não fique nervoso, vou explicar como reverter a situação para algo melhor, mas pense no que foi dito e reavalie aquela pessoa que pode ser bonita, mas tira mais energia do que dá!

Médiuns sofrem de gastrite, nervosismo, síndrome de pânico, não só de cargas energéticas vindas de terceiros, mas porque são humanos e sentem mais coisas que humanos normais. Se forem treinados conseguem reverter parte dessa situação, mas sem treino a maioria cai no lado obscuro da força, vivendo vidas que não precisariam viver.

Na maioria dos casos, nascer com mediunidade significa que você vai lavar roupa suja para o pessoal da família na qual nasceu, para o cônjuge, descendentes e para outras pessoas com quem tem vínculos diversos, desta e de outras vidas. Sabe, aquelas pessoas velhas que costumam ter aparência encurvada, movimentos lentos, parecem pensar devagar? Os anciões, entretanto, são do jeito que são porque suas vidas se encarregaram de torná-los assim e carregam o peso dos outros. Choram mais porque viveram mais e sabem, com muito mais antecedência que você, a desgraça apontando no horizonte, ou você fazendo me#*@ com a cara mais feliz do mundo. Não é motivo suficiente para chorar? Eles sabem que você não vai ouvi-los, que a coisa levará um tempo longo para se estabilizar, e que sobrarão consequências para eles e para todos os envolvidos. Os idosos merecem respeito pela sabedoria que adquiriram através do tempo.

As cargas energéticas que, com o correr do tempo, você sentirá na própria pele, advirão de várias fontes. Existem as que vêm pela posição que você ocupa na família, outras por cargas karmicas familiares ou pessoais, pela idade, pelas conjunções planetárias. Independente de onde venham, causam cansaços inexplicáveis, doenças que não aparecem em exames, sensação de usar uma armadura para resolver tarefas simples. O mal-estar passa tão rápido como começou. De repente aquele primo de quem você gosta muito já não está mais doente, sua mãe melhorou o humor, seu irmão “quase” sofreu um acidente, mas agora está tudo sob controle. Durante o evento, cujas cargas você estará absorvendo, não haverá meios de analisá-lo, muito provavelmente para não tentar interferir com a ação que virá a se concretizar. Quando você tem acesso a uma informação ruim sobre o futuro, saiba que lhe foi permitido visualizá-la, para que algo pudesse ser feito, se não para evita-la, para então se preparar da melhor forma possível.

Há um caso que presenciei. Uma entidade avisou certa família, constituída de mãe, pai e três filhos, que o pai teria um ano de vida e que eles teriam de por suas contas em dia. Quase machucaram o médium que foi instrumento da comunicação e isso teria ocorrido se pessoas presentes não os tivessem afastado. A família não queria acreditar, de forma alguma, e consideraram a mensagem uma ofensa. O pai possuía uma empresa com muitas dívidas e morreu um ano após a comunicação ser passada. Como não foram tomadas medidas para salvar os seus bens e a empresa, a família, logo a seguir, perdeu tudo o que tinha, inclusive os seus rendimentos, a casa em que moravam, o carro, a própria empresa e ainda ficou devendo dinheiro, por serem não só herdeiros, mas sócios da firma. A mensagem de morte certa não é comum, mas o Outro Lado, se tivesse sido ouvido, poderia ter ajudado a família a não padecer tanto. A parte Deles foi feita, mas a de quem recebeu a comunicação não.

Como as uniões mais fortes são as de sangue gerado, ou seja, as que você tem com filhos, se as cargas a serem superadas forem de ex-maridos, lamento dizer que a consequência é eterna. Se ele passar mal, você sentirá mesmo que esteja do outro lado do planeta. Se tentarem fazer mal a ele, você vai compartilhar na própria pele. Na hora que você e o seu ex desencarnarem, e ele voltar para o inferno de onde saiu para te ferrar, você ainda terá ligação com ele. Não reclame comigo, mas sim com aqueles que fizeram as regras. Se encontrá-los mande minhas melhores recomendações de pesar.

Nesses confrontos perderá muitos bichos de estimação, às vezes de mortes tristes, repentinas, e isso será para protegê-lo de males físicos. Os animais que mais amamos irão primeiro, e parece que há um consentimento desses lindos seres, que, por amor ao dono, se sacrificam. Eles têm um sistema de encarne/ desencarne mais rápido que o nosso e sabem disso, pois estarão reencarnados antes mesmo que você termine de chorar por eles. Será escolha sua não ter animais por receio de vê-los morrerem, mas entenda que quem não é médium também vê seus animais morrerem e viver com medo do que pode acontecer faz com que você simplesmente não viva.

A história mais marcante pela que passei com animais de estimação foi a da minha égua Antuata. Era mestiça de Apaloosa com Crioulo, de um dourado muito bonito, tanto pelo, como crina. Se, porventura, alguém a montasse sem meu consentimento, ela jogava a pessoa fora da sela. Eu tinha que chegar perto e dizer que podia passear com a pessoa que iria montá-la e tudo corria bem. Eu a vi alguns dias antes de desaparecer e ela me disse que teria de me virar sozinha, pois teria de ir embora. Achei estranho, pois não pensava em vendê-la. Foram necessários muitos vizinhos e sete dias de buscas para encontrar seu corpo e o do potro que morreu com ela, quando pariu. Mais tarde, entidades disseram que ela se ofereceu para não me deixar passar por grande choque energético, num momento delicado para mim. Não é fácil, até hoje, viver a ausência dela.

Vou falar um pouco sobre tratamentos de saúde e intervenções cirúrgicas e suas consequências, estas não “identificáveis” por pessoas comuns.

Tratamentos de saúde são feitos quando há uma necessidade e são de caráter temporário, mas avalie profundamente se é realmente o indicado, se está numa emergência ou não. Por exemplo, se você estava andando a cavalo, caiu, quebrou sua perna e teve uma fratura exposta, terá que ir ao pronto-socorro e corrigir a fratura, mas fazer uma intervenção cirúrgica nos ossos porque seu desenvolvimento não está do jeito que deseja, é diferente. O acidente é uma fatalidade e a intervenção cirúrgica é passível de discussão.

Por que tanto cuidado? Tudo que for feito em seu corpo gera uma marca no espiritual para sempre mas como ocorre com o tronco da árvore, isso será coberto pelo tempo e por outras experiências. Há marcas que você escolhe outras não. Cada vez que um médico ou terapeuta põe a mão, você se modifica. Os médicos da terra já entendem isso e conheci muitos que preferiam, sempre que possível, deixar a situação do jeito que estava, do que fazer algo a respeito.

Vou dar um exemplo: em 1970, era considerado ideal colocar botas ortopédicas nas crianças que começavam a andar, para que o desenvolvimento da coluna vertebral fosse o “correto” e impedisse dores futuras, porém, meu ortopedista não quis colocar botinhas em mim. Quando adulta, com um problema na coluna diagnosticado, perguntei a ele por que não aconselhou que as usasse. Ele respondeu que a coluna era um sistema de compensação maravilhoso, que balanceava outros desvios do corpo que era, por assim dizer, na medida para cada um, e que mexer nisso não era garantia de perfeição ou de menos problemas no futuro, no que concordei plenamente com ele. Mais tarde entendi que a torção da minha coluna era, neste caso específico, a marca do aborto que havia sofrido e a minha experiência dizia que mexer em uma marca poderia causar dezenas de outras.

A nossa medicina da terra percebe que não sabe muito. A medicina do Outro Lado tem certeza de que não sabemos nada, mas somos fruto de nossos merecimentos e não vamos xingar nossa medicina, principalmente depois do avanço espetacular nestes últimos 60 anos. Então, saiba que uma cirurgia abre mais que só sua carne, ela corta o corpo espiritual e, ao fechar os pontos da carne, nem sempre o espiritual é suturado, a não ser que haja uma equipe médica para sua carne e outra para seu espírito. Na realidade, é só pedir que eles aparecem sem cobrar.

Se falar de todos os pequenos detalhes que podem dar errado, vou apavorá-lo, leitor, mas quero mencionar o exemplo do parto: a anestesia que os naturalistas xingam para não tomarmos, nós xingamos para tomar. Cada caso é um caso que depende do quanto a pessoa tolera a dor, mas sentí-la causa estresse ao corpo, provoca um “envenenamento”. Então, na sua vez de trazer os pequenos para a terra, faça como se sentir mais confortável e fique longe de pessoas de boa intenção, que irão querer estar com você. Afaste-as se sentir melhor, e o pai.... Se ele obedecer, não vomitar ou desmaiar e ajudar, em vez de atrapalhar, dá para pensar em ficar, mas lembre-se de que ele pode vir a ser seu ex. Como você quer lembrar-se do parto de seu filho, e leve em consideração que dor prolongada enfraquece seu períspirito e não é boa hora de se estar muito aberta para energias que não as do parto.

As crianças deveriam ser protegidas de tudo o que lhes faça mal, mas se houver como as deixar decidirem o que fazer em alguns anos, isso deve ser respeitado. A circuncisão é melhor ser feita quando o menino é pequeno. Furar a orelha das meninas pode ser deixado para mais tarde, mesmo que elas reclamem que “agora vai doer”. Tatuagens ficam no corpo espiritual, mesmo depois da morte do corpo físico, então, mesmo o adulto deve ter muito cuidado com o que escolhe, pois os gostos mudam com a idade.

Sei que vendo tudo isso ser dito faz com que o pensamento seja: “não quero trazer carga de ninguém, não quero ver gente morta, quero me livrar do ex-marido, não quero perder o meu cachorro”! Estes capítulos, mais uma vez, falam sobre o que acontece com frequência. Espere ler o livro todo para saber das alternativas que existem. Nunca desista de algo só por que está difícil.

Tuesday, December 5, 2023

Dificuldades entre e com familiares

 

Já dizia o velho ditado que família é bom para tirar foto e guardar no álbum. Não é porque você nasceu num núcleo familiar específico que tem que amar por tabela. Pode ser seu pai e amigo, seu irmão e melhor amigo, e não: “bom, é meu pai, ou meu irmão, então, claro que gosto dele”. Confirmei o que estudos reencarnacionistas dizem: que família é, em geral, a união dos inimigos do passado cuja história poderia ser intitulada: “Odiou no passado ame no presente”. Irmãos são, com exceções, inimigos ferrenhos de outras vidas. Quanto mais ódio, mais tempo você terá para curtir ele agora. Gêmeos siameses são o ápice da união entre inimigos. Lembra muito aquele excelente castigo de colocar dois chatos dentro do quarto, trancá-los e dizer que só saem depois de feitas as pazes.

Então, se você sente que o seu irmão está fazendo da sua vida um inferno, ele está mesmo, não é por acaso não. Reze por ele e diga que, se não ficarem bonzinhos e resolverem nesta vida, vocês voltam juntos na próxima também, e ele ficará uma beleza contigo! Quanto mais rápido vocês se resolverem, mais rápido o karma se dissolve.

Já com o resto da família, há dois caminhos que geram a mesma quantidade de problemas: se eles aceitarem a sua condição e se eles não aceitarem. Não deixe sua mãe ler o capitulo dos cuidados gerais, porque ela não deixa você sair de casa antes dos quarenta. Como foi dito, a mediunidade é igual a outras condições hereditárias e se você não é médium é portador. Como nos filmes do Harry Poter, os caretas podem ter filhos bruxos. Tenho três filhos disléxicos, condição física que provoca dificuldades na visão, audição e, portanto dificulta o aprendizado, cujo gene veio através da família do pai e todos os três são médiuns pelo gene da minha família. Cada um tinha 50% de chance de ser disléxico e 50% de chance de ser médium, porém, todos são disléxicos e todos são médiuns, a genética não é uma maravilha?

Assim sendo, um primeiro caso seria: seus pais não são médiuns, então algum de seus avós deve ser. Eles não falavam sobre sexo, mas sobre cegonhas, e não devem, portanto, ter falado sobre a mediunidade - o que sofreram e o que lhe recomendariam. Um de seus pais acredita “nessas coisas”, mas acha que não se deve mexer com isso, o outro tem pavor. Este último geralmente é o portador. Levaram você no psicólogo, na psicopedagoga e na vizinha que teve um parente assim ou assado. Não sabem o que fazer com o seu terror noturno, pois o tio sonâmbulo é o único esquisito da família e você não parece com ele, então, como fica? Ah! Outra coisa, não fale com sua mãe sobre o homem na sala. Ela vai negar até o fim que é um namorado que faleceu e explicar porque ele está sendo obsessivo em cima dela, que é a ex, e não na viúva, é muito constrangedor.

Segundo caso, seus pais são da geração hippie, mas já cortaram os cabelos e mamãe usa sutiã hoje (depois dos 50 ela sentiu que tem que usar), acham que você tem um dom maravilhoso e querem lhe ajudar. Ótimo, mas pai, eu não gosto de Yoga e não vou fazer lavagem intestinal para purificar meu corpo do mau chi do que quer que seja. Então, seus pais estão lhe sufocando em pura energia de amor. Muitos pais não conseguem se segurar. Eu mesma não devo estar sendo fácil para meus meninos.

O terceiro caso: engloba os mais comuns: aceitam que você é diferente e não sabem o que fazer, mas vão atrás. Para eles, se você soltar gases, não houve empenho suficiente, seu e deles. A situação sai dessa forma: filha, não sei de que homem você está falando, para mim não tem ninguém na sala, mas eu vou procurar me informar e veremos o que pode ser feito e quando a situação não se resolve, vai- se a procura de ajuda especializada como seria feito em qualquer outra área.

Em todos os casos, a melhor forma de lidar com uma situação dessas é deixar o médium de qualquer idade decidir. Ele que está vivenciando a situação, sofrendo a ação das forças, dos envolvidos e seus pedidos devem ser respeitados.

Lá para os 10 anos, percebi que havia uma imensa diferença entre estar dentro ou fora de casa, pois tinha mais controle dentro. Antes dos 10 anos essa diferença não era clara já que os adultos julgam as esquisitices como sendo coisa de crianças e é mais aceito o fato delas verem “coisas que não estão lá”. Mesmo com a vinda do Kardecismo - Alan Kardec, pseudônimo de um senhor francês que juntou um pessoal e decidiu investigar, a luz da “razão”, os fenômenos do espírito sobre a matéria e que deu origem a ciência Espírita- 85% das pessoas não aceitavam mais do que anjos, demônios e amigos imaginários, e havia coisas mais importantes acontecendo entre 1960 e 1980. A revolução sexual estava dando muito trabalho, quem se importaria com uma menina falando de um homem, que ninguém mais via, na sala? Cala a boca peste! Era o recurso mais usado... e funcionava.

Quando meus modos não puderam ser enquadrados como coisa de criança e, não recebendo nenhuma ajuda para lidar com o assunto, só conseguia “dominar” a situação dentro de casa, pois ali haviam os fantasmas costumeiros, com quem brincava e outros que me faziam sofrer muito mas não cresciam em número, então aprendi a conviver com eles. Estes últimos fizeram uma parte considerável da minha infância miserável. A noite era triste, sempre ia dormir com medo. O bicho-papão teria sido bem vindo perto dos espíritos humanos desgarrados que me importunavam. A maioria desses obsessores não tem laços familiares com a criança, são autênticos FDPs que, ao morrer, querem atenção e grudam nos pequenos, pois são covardes, sabem que os veem, mas não conseguem se defender. Muitos sabem como modificar a forma e se apresentar como monstros, como um tio sacana que gosta de trazer as máscaras que comprou na loja de fantasia para sair correndo atrás da garotada na festa da família. Este não tem malícia, o obsessor tem.

Não enxergava todas essas porcarias de gente. Muitos se tornam sutis como “vultos” e assim os chamava. Hoje saberia que, se suas formas são como um lençol esvoaçante negro, são espíritos humanos que não conseguiram ser melhor do que formas chupadas, vazias de energia e chatos, extremamente chatos. Crianças com forte visão tem infâncias muito prejudicadas sem a devida proteção. Acho que o que os olhos não veem, o coração realmente não sente.

Deste tipo de obsessor, lembro-me muito de dois, pois eram constantes, um na casa que morávamos, outro na casa de praia. O primeiro ficava como que preso a um quarto que antes era uma sala de televisão, mas que, quando meu irmão menor nasceu, ficou para ele. Ele berrava feito louco quando o colocavam para dormir. Não consegui nunca vê-lo mais que um vulto muito escuro, opaco. Um lençol negro que flutuava, mas aprendi que ele não me seguia para fora do quarto, o que era um alívio.

O da casa da praia foi um FDP de verdade. Era o homem de botas. O quarto onde eu e minha irmã dormíamos era com janela para a pequena varanda para a rua. Aquela casa tinha sido de pescadores, era antiga, e pessoas contavam muitas histórias sobre o bairro. Esse obsessor, em especifico, aparecia todas as noites. Sempre acompanhado do barulho de galinhas ciscando o chão da varanda, o ar gelava, a minha espinha também. Ele chegava junto a janela e ficava nos olhando através da persiana. Era o fim, pois o pavor paralisava até a respiração. Eu só consegui por ordem no barraco com 17 anos. Cheguei na casa da praia e avisei a todos os tipos de gente morta que circulavam por ali, que quem não ajudasse iria ser retirado a força, que certos comportamentos não seriam tolerados e que não estava interessada nos motivos deles. Hoje, teria feito uma coisa mais completa, mas na época resolveu, pois até as portas que se fechavam sozinhas, pararam.

Também havia os protetores das empregadas, fortes e bem tratados, pois elas tinham contato com o candomblé e foram muito importantes para mim, que tinha um vínculo muito forte com a que cuidou de mim dos três meses aos nove anos de idade. Uma mulher belíssima, por dentro e por fora, cuja energia me protegeu muito nessa época. Quando pedi a ela que fosse minha madrinha de batismo, foi duro escutar que não poderia, pois era negra e ficaria feio entrar na igreja comigo. Chorei muito, mais ainda quando ela casou e parou de trabalhar conosco. Disseram para mim que o marido dela não queria ver a esposa trabalhando para gente branca e chorei muito mais. Essas babás tinham uma história interessante. Em termos do que eu enxergava, uma tinha uma energia muito boa, clara, vibrante, a outra era escura de vingança e sabia que era algo de que deveria ficar longe.

Dentro de casa as energias e espíritos acompanhantes se resumiam a das babás, dos meus pais, dos familiares desencarnados e de alguns amigos próximos. Então, nesse vai e vem, consegui ter uma rotina básica, pois, como toda criança saudável, dei um jeito. Isso dentro de casa...