Friday, December 8, 2023

Mediunidade seria o que , mesmo?

 

Como soube, ainda criança, que lhe deixaria estas páginas, tudo o que agora lhe escrevo é, propositalmente, baseado em minha experiência pessoal que engloba o que estudei, o que aprendi sozinha e através de outros médiuns. Sei que há estudos científicos sobre a mediunidade, mas não chegaram a mim até a presente data por mais que os desejasse. Sou a primeira a dizer: vá atrás deles e leia tudo o que lhe cair nas mãos. Você não faz idéia de quanto lhe fará bem poder conversar sobre tudo, e ser difícil de ser enganado. Relevante mesmo é saber que está sendo sacaneado, pois, A VERDADE VOS LIBERTARÁ e isso só ocorrerá através do conhecimento e da sensibilidade.

A mediunidade é, pois, a capacidade de mediar dois pontos. É o que fica no meio, não pertencendo a nenhum dos dois pontos e, sim, contendo ambos em seu domínio. Isso lhe parece familiar? Parece-lhe matemática? Tipo conjuntos? Inclua matemática nos seus domínios se quiser saber o que lhe acontece. Não estou brincando, não. Conceitos de matemática, física, química, e não de religião, mitologia ou filosofia, irão fazer toda a diferença, pois estes três últimos não estão dentro do seu corpo, mas os três primeiros sim. A mediunidade é o que o médium tem e a palavra médium, no dicionário, é aquele que faz a comunicação com as almas dos mortos. Isso é tudo o que lá está.

Importante realçar que a mediunidade é involuntária. O médium nasce com a capacidade física de servir de ponte entre o mundo de ligações predominantemente carbônicas e estruturalmente “rígidas”, e o aquele de n-ligações, de estruturas menos “rígidas”, que não são perceptíveis aos glóbulos oculares desta espécie homo-sapiens. Poderíamos, mesmo, afirmar que perdemos a capacidade ocular que não era algo necessário à sobrevivência da raça. Todavia, continuarei pesquisando para entender se o problema foi com o globo ocular, com a recepção cerebral ou se estamos vendo e recebendo da mesma forma que o homem primitivo ou estamos somente arquivando a informação, sem dela tomarmos conhecimento no consciente, ou seja, estando “acordados”. Aguarde que oportunamente voltarei com essa informação.

Em outras palavras, o médium é você, a mediunidade é aquilo que não te deixa dormir, que não resolve problema algum e faz que você seja capaz de saber de onde veio e para onde vai. Ah! Aquele buraco...

Tanto faz se você acredita ou não, no que vê, mas faz toda diferença o que você faz com isso. É indiferente se você partilha com outros ou não. Isso é uma decisão pessoal, mas como você está lidando com a informação que você recebe sobre os outros, isso é o que vai fazer sua vida virar um inferno ou não. Alias, já tendo confirmado que certo racismo paira sobre o assunto, a parte cretina da historia toda é que a mediunidade é tão simples e tão complicada como a sexualidade, o amor, a saúde e até o dinheiro. Não a subestime nem superestime. Já há muito tempo, os grandes mestres diziam que o ser humano perfeito é aquele capaz de se manter equilibrado em tudo, desde a alimentação até as emoções. O próprio Salomão afirmou que no tempo dele não havia nada de novo sob o sol e isso há uns três mil anos. Todos eles estavam certos.

Há mediunidade com diferenças? Bem, se considerarmos que cada pessoa no planeta é um ser diferente, reagindo de formas diversas, e que Deus é bem criativo, existem infinitos estados de mediunidade. Considerando a diversidade de dimensões, o que também faz diferença, a conta dá um resultado ridiculamente imenso. Todavia, somente alguns tipos de mediunidade nos interessam na realidade do dia a dia. Tudo que você conhecer fará diferença entre se machucar ou machucar o próximo. Você terá de prestar atenção nos tipos principais de mediunidade com suas variações, pois, terá contato com muitas outras pessoas nesta vida, inclusive o jornaleiro, seu marido ou esposa, sogros, patrão, empregado, e saber o que eles são, o que é você, e tornar sua vida melhor.

Os tipos de mediunidade que ocorrem com mais frequência são:

Os cinco sentidos mediúnicos, pelos quais a pessoa tem a capacidade de ver ouvir e, em alguns casos mais complexos, até sentir o tato e o odor. Normalmente o médium nasce com estes atributos, mas estudei outros de pessoas que, após um acidente grave, com coma e/ou morte clinica começarem a ver, ouvir e sentir depois de voltarem destas terríveis experiências. O oposto também é comum como quando crianças com essa capacidade perdem a sensibilidade com o avançar da idade, ou de uma agressão física e/ou mental durante sua fase de crescimento, mas isso não as torna não-médiuns.

A capacidade de viajar no tempo passado e futuro é outra categoria. Nunca soube de pessoas que só pudessem ir para o futuro e não para o passado. De posse de um objeto pessoal de alguém, este tipo de médium consegue ver o passado, o futuro e o presente, em especial os fatos mais marcantes. Com essa mediunidade bem treinada, estas pessoas podem ajudar até em casos policiais. Falaremos melhor disso depois, pois a visão está condicionada à “autorização” do que pode ser visualizado sobre o indivíduo ou acontecimento, e do que pode ser falado. Ver ou saber algo nem sempre conecta com autorização para falar.

Incorporação é a mais controversa e complexa porque envolve a pessoa que a recebe e a que a promove. Trata-se do individuo que ocupa o corpo do médium por um período de tempo. Neste tipo de mediunidade está incluída a psicografia, a possessão e tudo o mais que a pessoa sozinha não consegue fazer. Aqui vou fazer uma pausa para falar de uma forma que não usaria normalmente. Porque é o mesmo que falar para uma pessoa em estado de virgindade sexual, e todo mundo já passou por isso. Sobre a incorporação, é melhor experimentar do que ouvir falar a respeito, se você está curioso. Todavia, como entendo a curiosidade que existe de querer experimentar, vou lhe contar o que senti sobre a incorporação.

A primeira vez é estranha, sente-se dores e muito mal estar. Como é uma experiência em que 99% das vezes haverá mais do que três pessoas presentes, é um momento ruinzinho porque ‘tá todo mundo olhando’. Você sente vergonha por não entender o que está ocorrendo com o seu próprio corpo, pois as reações são bem esquisitas e tem que ter muito peito para deixar isso ocorrer mais vezes. Eu não nasci com esse tipo de mediunidade. O ‘touro’ veio bem devagar, mas conheci casos que me inspiraram muito respeito envolvendo o corpo. É pior que emprestar roupa íntima porque você estaria emprestando o que fica dentro da roupa!

O mal estar é algo que permanece por muito tempo. Ele acontece sempre que uma entidade bem maior que você, em tamanho e/ou força, incorpore. É algo que pode machucar, e é assunto a se tratar com muita cautela. Acredito, com minha experiência, que menores de 30 anos não deveriam lidar com isso, mas existem os que já nasceram com esta faculdade que geralmente se manifesta na puberdade e exigem a presença de pessoas experientes para acudi-la. Assim como a primeira transa, se a primeira vez não for traumática, as demais serão promissoras.

Apesar da minha natureza tensa, depois de conseguir vencer o medo e relaxar, a entidade que ‘emprestou’ meu corpo era a velha rainha mais maravilhosa desse mundo, era a grande avó de todos. Foi muito bom ver alguém de tanto respeito me ensinando a cuidar de mim mesma. Por isso aceitei a incorporação inclusive para vencer um tabu e ver no que dava, mas nunca imaginei que tal experiência fosse me ensinar tanto, pois ceder o próprio corpo é um ato de humildade. É verdade que está humildade possa dar espaço para inconsequência. Todavia, com estas experiências cresci muito.

Devo dizer que quando incorporo permaneço consciente, ou seja, ao incorporar, “fico de lado”, observando. Isso foi ótimo porque fui apreendendo e me maravilhando ao ver um braço meu não me obedecer e de perceber como os Outros falavam sobre assuntos que eu não tinha condição de saber. Infelizmente, estou perdendo a capacidade de ficar “de lado”, ou seja, com mais uns anos provavelmente não verei nada, parecerá que estive dormindo, vamos ver. Sempre há um mal estar que precede a incorporação. Isso não é ruim, aprende-se a com ele conviver.

A mediunidade de incorporação de nascença, que se apresenta na tenra infância, é uma condição que está ficando cada vez mais rara. Trata-se de médiuns com muita força magnética em seus campos físicos e espirituais e que, consequentemente, sofrem muito durante suas vidas. Conheci pessoas que tiveram a primeira experiência de incorporação aos nove anos. Elas não tinham controle algum, ou muito pouco, a respeito de quem, quando e como poderiam incorporar. Para obter este controle é necessário muito trabalho e empenho sempre pensando haver equilíbrio. Elas sofrem fisicamente, pois se forem incorporadas por um obsessor agressivo, seus corpos poderão ser machucados.

A mediunidade é hereditária, o órgão dela é o cérebro e a nossa medicina irá descobrir o ponto exato onde está a bendita antena, que pode ser pequena, tipo radinho, ou melhor, MP3, ou ser aquelas do tamanho de um fusca. As leis que determinam os fatores recessivos, dominantes, autossômicos, reincidentes, enfim, leis de hereditariedade são as que regem os tipos de mediunidade. Você não precisa conhecê-las a fundo, se quiser apenas com elas conviver. É preciso saber que se você e seus pais tem o fator dominante, aquele seu irmão que não possui mediunidade, poderá parece uma parede, principalmente na hora de conversar, ou ele tá fingindo de boi sonso e aos trinta anos poderá se revelar o grande feiticeiro da Babilônia. É o fator recessivo, ou seja, ele porta o gene da mediunidade mas não é médium.

Participei de um caso onde numa criança a mediunidade estava se abrindo rápida e violentamente, tendo em vista a separação dos seus pais quando tinha apenas nove anos de idade. Decidiu-se que era uma situação prematura e foi realizado um procedimento para que isso fosse fechado naquele momento, para mais tarde ser aberto. Quatro anos mais tarde, pude perceber que a mediunidade precoce tinha sido um ato divino para proteger aquela criança de coisas piores. Não deveria ter sido modificado o curso natural específico dela. O Criador sabe, bem melhor que nós, os momentos certos para tal e é muito difícil aceitar o que é estranho já que não enxergamos o Todo. Esse menino não se beneficiou da intervenção realisada. Os problemas que ele teria enfrentado naquela ocasião não seriam piores do que aqueles que veio a enfrentar depois. Eu, pessoalmente, não mais intervenho em casos desta espécie. O que pode ser feito para a pessoa em tal situação é apoiá-la com muita atenção e sobreaviso.

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