Thursday, December 7, 2023

Dificuldades pelas quais passa o medium.

 

Não é só a mediunidade que trás dificuldades à vida de uma pessoa. Evidentemente que não se precisa ter a condição mediúnica para se ter problemas na vida. A questão é que, até agora, não pude provar que a mediunidade é importante para a evolução da nossa espécie (nem de nenhuma outra). Também não consegui provar o contrário, que isso seria um entrave para o desenvolvimento humano. Acredito mais na primeira hipótese, pois é muito sofrimento para um ‘resultado’ duvidoso, considerando que esta dimensão não é sempre fácil de engolir e em outras não há necessidade de mediunidade.

Sou totalmente São Tomé: preciso ver, ou sentir, para crer. Muitas pessoas fazem a perguntinha básica: “como é possível você acreditar nisso se não viu?”. Eu vi sim, estive lá, vi vidas passadas, minhas e de outras pessoas, consigo visualizar o futuro, vejo e escuto pessoas que Lá habitam. Como eu posso ter certeza? Passei por três psiquiatras, e nenhum deles diagnosticou em mim patologias, como a esquizofrenia, que ouve e vê coisas que inexistem.

Sinceramente falando, gostaria muito de me livrar desse peso, mas algo me impede dizendo que isso é parte do que sou. É a minha história, desta e de todas as vidas anteriores que consegui enxergar. Como eu posso jogar fora algo que está comigo há 25.000 anos, se nem jogando um copo de papel pela janela do carro eu consigo, sem sentir-me mal? Ah, mas jogar lixo na rua é antiecológico, é feio, é ruim. Sim, da mesma forma não consegui provar que a mediunidade deva ser jogada fora. Aliás, por falar nisso, os melhores médiuns que conheci são muito ecológicos, pois enxergam a luta dos protetores da Terra para proteger o meio ambiente dos depredadores e não se consegue ver isso sem se engajar.

Outro empurrão que tive para trabalhar minha condição mediúnica em níveis mais completos foi o exemplo que minha família mostrou do tipo ‘não-faça-o-que-faço’. Sou testemunha de como suas vidas foram incrivelmente bagunçadas por isso.

O meu lar não é na Terra. Pude ver de onde vim, e convenci-me que minha raça não é terrena. Estou na condição humana há muito tempo, mas consigo lembrar vidas anteriores a isso. Todos sabem como é lembrar-se da infância, ou de algo muito bom que ficou pra trás ou de alguém a quem amou muito. A diferença é que me lembro de muito mais coisas que normalmente se costuma lembrar. Lembro-me de 14 infâncias, 14 casamentos, 14 maneiras de morrer. Ninguém merece lembrar de mais de um ex-marido, mas eu me lembro. O aprendizado cresce, mas a responsabilidade se amplia. Não consigo ‘deixar o passado para lá’, nem acredito que um soldado esqueça a guerra ou uma pessoa esqueça como foi bom casar com outra maravilhosa.

Não esqueci o cheiro da guerra nem o sabor de cada amor que tive. A situação vem crescendo com os anos, pois, ao contrario de lembrar-me do que ocorreu quando era criança, e vir esquecendo com a idade, lembro-me mais e mais. Você já foi a um lugar em que já esteve há muito tempo e, ao entrar, passa a lembrar-se do que aconteceu ali e com quem esteve? Bem, com os anos, estou vendo mais lugares e conhecendo mais pessoas. Como minha alma é velha para os padrões espirituais porque já encarnei muitas vezes, mas muitas mesmo, conheci bem este mundo e muuuuuita gente. Então, estou lembrando cada vez mais, inclusive o que ocorreu comigo nesses lugares.

Não me traz felicidade ver que pessoas que amei, ou admirei, ou filhos, que eram alegres e tinham uma vida feliz, são uns idiotas e estão cometendo erros que não teriam praticado antes. É como se pudessem “emburrecer” com o passar das vidas. Machuca demais não poder dizer que fui mãe ou mulher, ou amiga numero um deles, e que estou sofrendo com o que estão fazendo. Sou a testemunha das pessoas maravilhosas que eles são e quero ajudar, apenas conversando, ou estando ao seu lado para o que der e vier, mas que o que estão fazendo não é digno do ‘amor de pessoa’ que sempre foram. Por duas vezes passei pela experiência de não conseguir me conter ao ver desgraça tão grande. Não ganhei a compreensão por parte de quem estava alertando por terem interpretado meu gesto como intromissão em vida alheia.

Visto pela perspectiva mediúnica, minha família é bem maior de que os olhos terrenos possam enxergar. Tenho muitos amigos e número maior ainda de inimigos. Alias estes últimos não compreendem quando não lhes digo que não quero amizade com eles nesta vida, pois, sei o que com eles ocorreu em vidas passadas e vejo os riscos de não haver entendimento entre nós na vida atual. Por respeito me afasto, aguardando o dia em que um entendimento venha a ser possível, e esse distanciamento é tido como desrespeitoso. Mais que isso, como frescura ou prepotência da minha parte. Perguntam: “Como, por que motivo ela não quer participar do meu círculo social”? Um conselho: não tente dialogar com antigos inimigos. Eles não irão acreditar em você. Só se for para poder chegar perto o suficiente para feri-los, pois, não irão lembrar-se do que aconteceu em vidas passadas, mas o odeiam da mesma forma.

Pode parecer paradoxal, mas saber da existência desta família maior, conhecer o amor incondicional, saber onde está a Luz, está me trazendo muita solidão. Talvez eu esteja agindo como a índia da historia da ursa para explicar por que o ser humano perdeu a capacidade de lembrar de outras vidas. Veja o mundo de hoje com a globalização. Garanto-lhe que nunca vi um tempo tão solitário para cada ser humano. Antigamente povos não se misturavam, era extremamente importante a integração entre as pessoas, pois, não havia aposentadoria, saúde pública, TV, creche... A escravidão humana só fez crescer e se esconder, dentro dos lares que quase não existem mais, e das sociedades que se autodenominam justas. Eu vi vários finais de eras bem mais violentas que esta e catástrofes naturais horrorosas, mas nada como hoje, onde estão presentes a solidão, o descaso, o desencanto, a desilusão e a desesperança.

Não tem sido nada fácil lidar com as tragédias que vejo chegando e viver com as que já estão acontecendo, pois as que já passaram estão tomando ainda muita energia minha, o que não me lembro de ter visto anteriormente. É verdade que havia guerras, matança de crianças, estupro de mulheres e homens, mas quem sobrava, se levantava, ia lamber suas feridas e viver. Hoje, lamber feridas está impedindo de se viver, pois, não estão cicatrizando. É como se a humanidade estivesse cansada talvez das suas feridas, de lambê-las ou talvez das duas coisas.

Dizem que se as coisas não andam bem é porque ainda não terminaram. Tá bom, conta esta história pra outro. Há certas frases que são tão maravilhosas que gente do “deixa disso” as usa o tempo todo. Ocorre, entretanto, que não mais ajudam. A palavra não tem mais credibilidade por que é dita sem conhecimento de causa, sem verdade vinda do coração. Você não é obrigado a ouvir coisas assim. O melhor “deixa disso” que já ouvi foi de quando algo doer faça da seguinte forma ponha as mãos na cintura, barriga prá dentro, peito prá fora e grite bem alto F#D&*! Depois vá tomar uma cervejota, ou um suquinho, enquanto for menor de idade, e pronto ficará bem.

Falando sobre a presença de “gentes mortas”, não me lembro, nesta e em nenhuma outra vida em que não tenha envolvido as entidades, com as quais ainda convivo, nas minhas decisões. Por dois motivos: elas não largam de mim e dizem que também não largo delas, mas isso é intriga da oposição porque acabam estando presentes em todos os momentos, próprios e impróprios da minha vida. Não adianta ir contra, pois, seriam o tipo de inimigos aos quais você deve se unir, pois não pode vencê-los. Há um simples motivo que concorre para isso... Eles têm todo tempo do mundo. Estão vivendo a mais tempo do que a Terra existe, inclusive os mais bravios e conhecem o Tempo melhor que nós, que ainda estamos no jardim da infância, achando que domingo ainda está muito longe. Nunca valeu a pena discutir com eles. Dizer: ‘olha, a coisa tá demorando pra endireitar e estou meio que sofrendo e isso tá me deixando deprê e eu tô meio que perdendo a calma!’ Eles realmente não se incomodam.

Se você já tem idade para cuidar de crianças, sabe que elas pedem coisas o tempo todo e, de inicio, você corre pra saber se o choro é prenuncio de morte eminente. Depois de umas dez corridas, você vai atendê-los, mas com calma. Finalmente, você passa a entender que elas sempre querem alguma coisa, e de dez uma, apenas, é relevante. Não mais irá correr para atender tudo quanto é porcaria de chamado que os pequenos piarem. As entidades guardiãs fazem o mesmo conosco porque somos uma raça ainda infante e elas sabem que sempre estaremos pedindo. Já passaram por tudo, evoluíram, estão muito bem e, para elas, não devemos nos preocupar porque num dia desses tudo vai dar certo.

Esse é o outro lado da moeda: aqui no planeta Terra somos os clientes e o cliente sempre tem razão. Afinal, as entidades estão aqui porque nós existimos. Caso contrário, eles estariam em Júpiter, ou outro planeta, cuidando de alguém naqueles mundos. Ninguém deve abrir loja sem clientela à vista. Até hoje não vi loja de pedra-pomes no Pantanal, para os jacarés da região. Assim sendo, se a coisa não vai bem, quem tem direito à reclamação é o cliente. Pois é, a coisa funciona do mesmo jeito com o espiritual, o astral, o Outro Mundo. Somos clientes mas somos crianças no jardim da infância. Os patrões tem todo o tempo do mundo. Sabendo dessa realidade, você entende o mecanismo existente por trás dos pedidos atendidos ou não? Todas as rezas, pedidos e desejos são ouvidos, acredite-me. “Cuidado com o que pedes, pois seu pedido poderá ser atendido”.

Sobre isso tenho uma historia para contar, bem básica, mas que acontece o tempo todo. Quando adolescente, fazendo panca de gente adulta, passando maquiagem para parecer mais velha (hoje passando maquiagem para parecer mais nova), vendo que meus protetores podiam me passar alguma informação privilegiada, eu me engracei por um rapaz. Bem astuta, pedi, gentilmente, que me ajudassem a conquistá-lo. Nada especial, era um bonitinho da vida. Não deve ter sido difícil, pois além de eu ser nova, e tudo que é novo é uma gracinha, o rapaz não era muito forte mentalmente. Oh! Deus, como eu me arrependi de ter pedido ajuda. Ele era uma mala, um insosso e deu muito trabalho para devolver! Os bons protetores riram a beça, aliás, até hoje riem de mim se menciono o caso, e tive de me virar sozinha, pois parece que não há departamento de devoluções. Como eles gostam de passar esse tipo de lição, ficam de butuca, esperando sua inocência agir, como se tivessem raiva disso, ou que o mundo deles fosse chato e eles só precisam tiram um sarrinho em cima de coitados que estão encarnados, sem lembrar-se do que foram. É, mas como nos proteger Deles quando se divertem com nossos erros? A maioria ri de dó, mas uns riem de prazer, chegam mesmo a encher seus olhos de lágrimas. Às vezes costumo pensar que seremos eternos calouros, bichos de todos os anos, numa faculdade que tem cem formandos para cada bicho.

Minha mediunidade já melou amizades, namoros, estudo, empregos e família. Mencione algo e eu lhe conto uma história pessoal e dezenas de outras. Quando uma situação se delineia, ou pessoa se aproxima (é bem louca esta parte) é como um computador: informações de todo tipo aparecem. Sabe esses filmes norte americanos, em que o mocinho tem todo aparato doido dando informações? Os bandidos estão chegando, o cara já sabe em quanto tempo, quantos são, a roupa que usam o clima em Istambul, que não tem nada a ver com o fato, a hora que a mamãe deles nasceu e coisa e tal? É assim, e quanto mais importante a situação, ou a pessoa, a informação chega mais rapidamente. Depois que ela para de vir, vem geralmente a pergunta “como você vai fazer?”, veja bem, não é “o que você vai fazer”, pois nas informações já está contido ‘o que’. O sistema mais usado é SE VIRA.

A mediunidade traria um Mundo maior, mais gente, mais coisas acontecendo, excitante não? Mas como você vai fazer se ninguém vê o mundo que você vê? Não acreditam, não querem acreditar e são mais felizes não acreditando. Se o problema é da sua conta, até dá vontade de resolver, mas e quando não é? O já mencionado cara na sala não é, diretamente, problema seu. O que sua mãe fez e com quantos fez não lhe é pertinente. Se você contar pro seu pai, ai poderá vir a ser problema seu, pois a casa pode vir abaixo. Então, você pensa: ‘a gente só faz o que quer, ninguém me obriga’. Bem, o LIVRE ARBÍTRIO foi o que fez a raça nossa não ser benquista no Universo.

Ninguém, incluindo entidades, me obrigou, de fato, a fazer nada, uma parte dos erros que cometi foi porque todo mundo tem sua quota de m&#d@ para adubar a vida. Entretanto, muitas situações não são apenas de limite pessoal porque envolvem os seus erros, os dos outros e tá todo mundo seguindo o que Jesus disse, ou seja, “trate o próximo da mesma forma que você deseja ser tratado”. Mas quem disse que as pessoas andam se tratando bem? Quem não sabe se tratar bem vai tratar o próximo COMO? A maioria dos meus conhecidos me enche de pavor quando me tratam bem.

Desculpe lhe dizer que nenhum médium ou filosofia irá protegê-lo de sentir dúvida muitas vezes na vida. Muitas vezes me apavora a possibilidade de que ao finalmente morrer e chegar ao meu destino, não encontre nenhuma das entidades que me protegeram, ou aquelas que me perseguiram, durante a vida. Às vezes penso: e se for tudo uma grande cascata? E se tudo for ilusão de ótica, piração, doideira? Não é medo de ser demente, pois isso explicaria tudo o que passei nesses mais de 40 anos. Mas e se eu for para o Outro Lado e não reconhecer ninguém, só aquele hospitalzinho insosso, com gente que volita (flutua em deslocamento) vestidinha de branco, tudo em paz e amor, mas só humanos ao meu redor? Eu tenho muito medo dessa perspectiva. Muitos aspectos dessa hipótese me amedrontam sobremaneira e é normal que você também venha a ter as suas dúvidas de tempos em tempos.

Agora, olhando para o lado dos “vivos”, vejo inúmeras pessoas tristes e andando como zumbis, coisa que o zumbi não é, pois é um cara meio morto, não meio triste. Pessoas que cumprem o que acham que tem que cumprir e continuam tristes com cara de quem comeu e não gostou. Mesmo que a mediunidade traga suas dificuldades, também lhe dá ferramentas que permitem uma visão ampla de todas as situações sem precisar ‘empurrar’ a vida como um zumbi.

Quando fico assim, agindo sob a pressão destas dúvidas, peço a Eles que me lembrem de suas existências, com fineza e educação. Como adoram mostrar que estão do meu lado, da maneira mais dolorosa possível, eu peço que me lembrem docemente, com carinho, mas nem sempre eles me atendem. Numa das vezes estava bem abusada, xingando-os por tudo dar errado e a resposta foi-me “tatuarem” com pó quente de café no braço. Quando consegui arrancar o pano da manga que havia grudado na pele vi que a queimadura havia formado o símbolo da entidade com a qual falava.

A solidão é algo que custa caro. Então, quando você está com o saco cheio de conviver com entidades sempre ao seu lado, pense que quando estiverem em silêncio e não puder enxergá-los poderá ser pior. Quando crianças estão aprontando geralmente ficam em silêncio, mas cuidado ao pedir para vê-los. Peça, colocando todos os detalhes: quero ver no claro, sem susto, em paz, devagarzinho. Especifique o que você quer, pois são muito ao pé da letra e gostam de fazer entradas triunfais. Terá que aprender a viver com eles de perto tanto os bons como os que não são. Meu avô sempre me falou sobre isso e ele estava certo.

No comments:

Post a Comment