Monday, November 13, 2023

Para nos aceitar.

 

Para aceitar os nós do nosso lado, só mesmo a piedade, a compaixão e o espírito abnegado de pessoas como São Francisco (embora ele conseguisse falar mais com os animais que com a família dele mesmo, diga-se de passagem). Jesus mesmo deu uns chiliques em praça pública e olha que ele é tido como o cordeiro de Deus.

Se quem conhece minha família lesse isso iria dizer que estou agindo de forma estranha. Somos avessos a tudo que signifique social, sociedade, socializar, que não seja num texto de arqueologia, lá do passado antiguíssimo. Escrever um livro seria atitude muito social, se não for um tratado ou dicionário.

Aliás, isso você tem que reconhecer: estamos no mesmo barco, “flutuando” numa sopa de matéria escura, num Universo que não conhecemos. Comemos comida e bebemos água. Temos a mesma cor de sangue, mesmo que alguns pareçam ter sangue nenhum. Quando um lado do mundo vai mal, você sofre. Se os americanos sofrerem com crise, você vai comer menos aqui, se os coreanos entrarem em guerra nuclear, você não verá o sol por alguns anos. Quando a segunda guerra veio, minha bisavó materna teve de pegar fila para o leite do meu avô, e minha avó paterna criança, do outro lado do oceano, via, neste mesmo tipo de fila, uma mulher morrer de fome por esperar demais. Cada vez mais gente está percebendo que somos um só povo, dentro de um planeta que nem é o maior nem o mais importante no sistema solar. Engraçado que todo mundo que tem irmão queria ser filho único e todo filho único reclama que queria irmãos.

Uma bateria de um polo só não funciona. Um pêndulo não se move para um lado apenas, e buracos negros tem seus companheiros buracos brancos. O que seria das peças brancas do tabuleiro, se não existissem as peças negras? Aceitar os ‘nós’ é um pouco mais fácil pois o espaço físico ajuda, mas, em relação aos Outros isso não será tão fácil pois as leis da física funcionam de forma diferente.

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