Thursday, November 16, 2023

Obsessores

 

A obsessão é tema para mil livros nos departamentos que vão da psiquiatria, passam pela filosofia, moda, conversa das tiazinhas, futrique e ocultismo. Não dá para falar sobre o que eu descobri até agora em um livro apenas. Mas o que me faltou, quando sofria, sem entender o que era e o que poderia ser feito, foi o fato de não compreender o que gera uma obsessão ou o que transformará um ser em obsessor.

Como já foi mencionado, o obsessor não é uma raça em especifico, é um estado do ser, é passageiro, não é para sempre, embora pareça uma eternidade. Há casos de obsessão que, como já mencionei, duram 5000 anos, outros devem estar acontecendo há 25 000 anos. A coisa enrola quando entra síndrome de Estocolmo no meio (quando o cativo se apaixona pelo que o sequestrou). Para alguns o fato de amar já é um estado obsessivo. Não é. Há uma diferença, mas há de se dizer que dois terços das obsessões começaram com envolvimento amoroso, em algum momento da linha do tempo passado. Por envolvimento amoroso entenda toda ligação forte como mãe-filho, pai-filho, mãe-pai, irmão-irmão e, claro, o amor sexual.

Primeiro fator que descobri em minhas pesquisas e na minha experiência com eles, é que toda obsessão é por “merecimento da vítima”, da pessoa que está sendo obsedada. Isso é o que torna a obsessão uma coisa complicada de mexer. Vou explicar o principio que envolve isso:

Nas medicinas ditas alternativas, é fato sabido que a doença é como uma rolha para algum buraco no sistema do indivíduo. Não interessa se a falha é no emocional, no astral, no físico. É uma falha e dentro do mecanismo do universo, não há falhas, há meios de compensação para tudo. Ainda mais lembrando que nada é certo ou errado, apenas é (claro que isso é bom de falar, de acreditar, mas horrível de se passar por), e esse mecanismo irá estar acionado automaticamente como cura. A doença é o inicio da transformação de algo que não está em equilíbrio em você. A obsessão é o que uma doença no corpo físico seria: o início da cura para alguma ação sua que gerou uma energia perversa, pervertida, ou falha, enfim, desequilibrada. Não interessa ao sistema se você estava passivo ou ativo, nem existe isso de você ter sido bonzinho ou mauzinho, na ação, mas se você estava lá ou não.

Quantas vezes escutamos histórias de pessoas, médicos, que trabalharam com pacientes contagiados por tuberculose, lepra, pneumonia, varíola, e não contraíram a doença. O mesmo principio que fez com que eles não tivessem o ‘buraco’ receptor da doença específica que tratavam, rege o estado obsessivo, ou um obsessor grudado em você.

Um tio avô meu foi o médico chefe de um hospital de tuberculose famoso no interior de São Paulo, por 30 anos, e morreu de problemas cardíacos. Ele não tinha o ‘buraco receptor’ para a tuberculose, mas tinha para a condição cardíaca que o matou. Meu pai tinha sorologia positiva para tuberculose e não teve a doença, pois ele não tinha o receptor dela. Ele não precisava viver as atribulações desta doença nesta vida, mas viveu as atribulações da condição cardíaca que possuía.

Como a maioria de nós esta no mesmo que uma escola, teremos as doenças que nos levam à transformação que necessitamos. Mesmo que essa doença nos mate o corpo físico, do Outro Lado haverá tempo para superar o que tiver de ser superado, aí voltamos para mais uma rodada.

A obsessão é uma reação a um desequilíbrio, pequeno, médio ou grande, em algum nível, em alguma vida. Agora como se comporta o obsesso? Ele é a criatura, ser, pessoa, coisa, que está ofuscado, endoidecido, tarado, obcecado por outro ser, criatura, pessoa, coisa. O obsessor é um camarada obcecado por alguém. Menos mal quando não por você.

O obsedado é aquela, aquele, que está sendo objeto de adoração, atração, taração, de alguém, alguma coisa (alguns obsessores parecem coisas) que está definitivamente em desequilíbrio profundo. Mas não existe atração sem algo que emite alguma coisa que atraia. Mariposas são atraídas pela luz, é só apaga-la que irão embora. Esse é o único meio de anular o estado de obsessão, modificando, anulando, transformando, o que estiver atraindo o obsessor.

Agora, a situação é piorada bastante; pois um estado de obsessão é ruim sob qualquer perspectiva, dependendo de quem é o obsessor e de quem é o obsedado. Embora a melhor obsessão seja a que não seja por você, falaremos como se fosse. De fato, quem não está, foi ou será, e não há o que fazer, é que nem calo e chifre, todo mundo vai ganhar os seus.

Sobre os obsessores, os do Outro Lado são bem piores que os do Nosso Lado, pois não há barreiras físicas para segurá-los. Se você não os vê é bem complicado e eles tem algo a mais, eles lhe vêem o tempo todo. Um ex-namorado violento é algo pavoroso na vida de qualquer mulher, mas ele não lhe vê 24 horas todos os dias. Então reze para ele não morrer cedo para não dar-lhe mais esse triunfo. Para as mulheres e homens, cujos ex são um obsessor em vida, meu mais sincero voto de reconhecimento, ninguém merece.

Então, sendo o obsessor do Outro Lado, a dificuldade aumenta conforme a raça do infeliz e o tamanho dele (por tamanho entenda-se poder e conhecimento para aplicar esse poder). Anjos também podem ser obsessores e aquelas fofas penas podem fazer com que você não queira ver um passarinho por muito tempo. Se for uma criatura mais nova que você, o que é difícil, é menos mal, se for um desencarnado que já era um FDP em vida, é ruim, se for um ser que recém saiu do Inferno, aquele nosso inferno no Abaixo, e vem de uma linhagem bravia, meu amor, só dá para dizer uma coisa: chama todo mundo lá de Houston que a coisa foi pro saco.

Do lado do obsedado, se for alguém que tem dívida com o obsessor, dá para resolver pagando a dívida. Mesmo que o que o camarada queira seja seu fígado, dá par negociar com ele, pois o interesse de sair da situação é dele principalmente. Então, se você não for tacanho e /ou burro, dê logo o que ele quiser. Não o seu fígado, mas o fígado de algum desafeto seu, ou um bife comprado no mercado, qualquer coisa, mas negocie.

Se o obsessor é algo dos mil tipos de ex do passado, existe ligação entre os dois e fica mais complicado, pois existem ligações que não podem ser quebradas simplesmente, e transformá-las pode levar muito tempo. Por fim, se o obsessor tiver uma ligação oficial com o obsediado, nem o capeta separa. O trabalho será em cima do obsediado para que ele se fortifique com a situação e tente aceitar o inevitável, sempre ajudando-o a lembrar que nada é eterno. Fácil de falar, péssimo de ouvir para quem está vendo os objetos da casa serem espatifados no chão.

Muitos espíritas tem um jeito bem brando, mas ineficaz em diversas situações. Eles querem doutrinar o obsessor, ensiná-lo a não ser desse jeito, tipo terapia. Não funciona sempre, porque nem sempre é o estado da pessoa que é a causa do problema, mas a interrupção da energia das pessoas envolvidas. Assim, é como dizer que o indivíduo está fingindo a dor e não a hemorragia da perna que ele tem cortada.

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