Thursday, November 30, 2023

No lazer

 

Já falei um pouco do que é ir a outros lugares e ver mais do que o óbvio, mas vou insistir um pouco. Para uns médiuns que conheci, festas onde entrem bebidas e sexo são infernos em terra. Uma velha médium chegou a dizer(analise a fonte, ela foi criada dentro de forte moralismo católico rural) que viu as pessoas que dançavam se transformarem em diabinhos! Segurei a risada, mas imagino que ela não se divertiu ao ver o que disse. Você pode falar: mas uma vez no inferno não é bom beber um trago com o capeta? Com certeza! Não ofenda o dono do lugar, mas como é que você volta para casa?

A questão não é sair para um bar, um shopping, uma festa, mas em que estado você volta? Eu era retraída não por ser antissocial, mas porque tive de admitir para mim mesma que não sabia como limpar o que trazia para casa, pois, se saísse toda semana, veria que no fim do mês teria mais gente morando em casa do que no quarteirão onde morava. Haveria coisas que não venceria pagar como as contas de eletrodomésticos que quebrassem além de doenças, dores pelo corpo e mau humor inexplicáveis (falar que “estou com TPM” é um recurso que tem limite).

Se a ocasião festiva é em família como casamentos, festa de quinze anos, em termos de energia, na pior das hipóteses são energias e fantasmas conhecidos, mas festa de outros: vizinhos, colegas e amigos se torna um pesadelo. A bebida faz mais estrago que a vista possa enxergar. Os espíritos que permaneceram presos na terra por vícios, vão atrás do que lhes faz falta, quer seja sexo, drogas, bebida, carne, etc. Eles vampirizam essas pessoas parecendo com gente em UTI - cano em tudo que é buraco do corpo da vitima.

Uma vez participei de uma incorporação como observadora. Conversei com espíritos variados em ambiente muito agradável até que uma incorporação parecia correr de forma estranha e fui ver o que era. Um humano recém-desencarnado estava tentando entender onde estava e perguntei se queria ajuda para chegar à Outro Lado, mas o que desejava era saber a direção da festa publica que acontecia em uma praça da cidade. Estava feliz em dizer que, enquanto houvesse drogas, sexo e bebidas para sugar, não sairia da Terra nem à força. Decepcionou-se por ter entrado numa reunião onde as pessoas estavam apenas conversando.

Um bar pode ser até pior tendo vampiros de plantão, organizados em turno para não haver briga. O shopping é melhorzinho, lá só estão os que não deixaram o vício de fazer nada em publico quando encarnados, fazendo o mesmo desencarnados. Há os que naturalmente carregam seus desafetos na forma de obsessores grudados em suas áureas como um show de horrores, mas eles farão mal somente a quem estão unidos.

Motéis! Cresci na cidade onde não tinha mato para se “perder”. A gente se “perdia” na nossa casa, na dos outros, nas festas, e sei de muitos que se “perdiam” várias vezes em drive - in‘s. Naquela época, íamos em grupo pelo simples prazer de violar uma lei com os amigos. Tentava me sentir normal mentindo para minha mãe que tinha ido estudar matemática na casa de alguém. Entenda, cresci numa família onde não havia necessidade de mentir sobre coisas da adolescência. Quando cheguei aos dezessete anos, entrei em crise, pois não escondia que estava na casa do namorado e não no cinema. Já era “a que vê gente morta” (entre tantos nomezinhos que dão carinhosamente para médiuns), então precisava de algum comportamento que me trouxesse a sensação de normalidade.

Nesses esforços de parecer normal, não dei atenção ao que mais tarde vi em outros motéis, quando casada. O que é que foi? Mamãe e papai também vão a motéis! Fazer o que? Fazer o seu irmãozinho, aquele em que você bate desde que ele nasceu, talvez por isso você não deixa mais seu pai e sua mãe sequer sentar juntos no sofá. É a turma de obsessores do vampirismo sexual, tipo vagabundas ou perdidos além dos vampiros comuns, já que o ato sempre envolve o rompimento de pequenos vasos por onde sangue sai e doenças entram. Há vampiros energéticos em busca de coisas pervertidas como sado-masoquismo. Não sei de lugar onde se tem menos privacidade que o motel. Chega a parecer arquibancada de jogo de futebol. Para quem gosta de plateia, deve ser uma farra, não para mim.

Durante o ato sexual, havendo a presença de obsessores, a falta da energia que sugam provoca um cansaço horrível e muitos devem pensar, uau, dei aquela festa hoje, acabei com o rapaz (ou moça), mas não é bem isso, está mais para o que “eles” fizeram com vocês no motel.

Existem formas de se proteger, além da camisinha que sei que vocês vão levar sempre consigo. Não se deve deixar de viver por causa dos riscos, mas avalie o que dá para contornar e o que não dá. Entretanto, existem épocas onde estamos mais fracos por doenças, excesso de trabalho, conjunções astrais que lhe olham torto. Nesses casos, não é para não sair de casa, mas tomar cuidado e julgar se a festa daquele camarada que adora ver o fogo pegar entre os convidados é a melhor pedida num dia que você está exausta, ou se um filme e um chazinho em casa seriam mais apropriados.

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